29 de setembro de 2011

Preconceito não é um pecado qualquer: é grave!

"A que posso, pois, comparar os homens desta geração?", prosseguiu Jesus. "Com que se parecem? São como crianças que ficam sentadas na praça e gritam umas às outras: ‘Nós lhes tocamos flauta, mas vocês não dançaram; cantamos um lamento, mas vocês não choraram’.

Pois veio João Batista, que jejua e não bebe vinho, e vocês dizem: ‘Ele tem demônio’.

Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e vocês dizem: ‘Aí está um comilão e beberrão, amigo de publicanos e "pecadores" ’.

Mas a sabedoria é comprovada por todos os seus discípulos". (Lucas 7:31-35)
Uma das lições que mais ouvi quando era seminarista é a de que os extremos são perigosos. Na maioria das vezes, a razão não está em um dos extremos, mas em algum ponto entre duas posições. Mas, infelizmente, hoje muitos cristãos reformados (seguidores do calvinismo) são mais adeptos do radicalismo.

E uma questão que ilustra isso muito bem é o "politicamente correto". Certamente este conceito tem sido usado de forma muito negativa pela sociedade, como uma espécie de mordaça que quer calar humoristas, jornalistas e até mesmo a Bíblia. Não se pode mais denunciar o pecado como tal porque isso não é "politicamente correto". É óbvio que essa política é ruim.

Por outro lado, não devíamos ser estúpidos e ignorar o que ela tem de bom. Embora isso pareça estar "na moda" entre conservadores (políticos e/ou religiosos), fazer piadas ou comentários jocosos sobre homossexuais, vegetarianos e até fãs de determinado tipo de música também é ruim. O preconceito é um pecado. Um erro que pode levar a outros, como, por exemplo, o estupro praticado contra um soldado em um quartel do Exército no Rio Grande do Sul.

O caso
Fiquei sabendo da história por meio do colunista Ricardo Setti, da revista Veja. Resumindo a história, podemos dizer que um soldado de 19 anos foi estuprado por 4 outros, na frente de outros 14 colegas. A razão é ridícula: já que ele usava calças coloridas, inspiradas na banda preferida do agredido, a Restart, os "companheiros" de farda o tomaram por homossexual. E, por causa disso, o estupraram! Exames já comprovaram que 3 dos 4 acusados efetivamente violaram o rapaz.
Banda Restart

Olha como a situação é ridícula:

- Se você se veste com roupas coloridas, é homossexual. O nome disso é preconceito.
- Se você ouve o Restart, você é homossexual. O nome disso é preconceito.
- Se as pessoas pensam que você é homossexual, elas podem ficar passando a mão na sua bunda e fazerem piadas. O nome disso é discriminação e abuso sexual.
- Se as pessoas pensam que você é homossexual, elas podem te estuprar! O nome disso é estupro, homofobia, estupidez, absurdo!

Ridículo  porque quem teve desejos homossexuais fortíssimos foram os estupradores e não o estuprado. Porque roupa não indica preferência sexual (conheço uns que não têm o menor traço de afetação e gente bem afetada que saiu com mulheres lindas). Porque a homossexualidade não dá a ninguém o direito de fazer piadas, "passar a mão" e muito menos estuprar!

O nosso preconceito
Mas, veja só: quantas vezes nós não cometemos estes pecados! Quantas vezes não julgamos de modo preconceituoso e apressado as pessoas por causa de bobagens! Quantas vezes não somos hipócritas e achamos mais grave o homossexualismo do que o estupro de um (e o soldado estuprado nem disse que é!)!!!! E isso também acontece dentro das igrejas!

Mas como o "politicamente correto" é uma causa abraçada por homossexuais, preferimos "dar de ombros" e continuar com nossas piadas e hipocrisias. Não censuramos os "machões" que fazem esse tipo de atrocidade no nosso meio (é asusstador quantas pessoas eu conheço que foram abusadas ou estupradas por amigos, parentes e "pessoas de bem") e se imaginam mais homens do que o estuprado. Este sim é homem! Homem por estar clamando por justiça, por se expor, por lutar contra um Exército que fecha os olhos para o que aconteceu!

Jesus e João Batista também foram alvos deste tipo de preconceito. Eles não usaram calças coloridas e ouviram Restart, mas foram chamados de "endemoninhado" ou de "beberrão" simplesmente por causa de preconceitos estúpidos. O mesmo preconceito idiota que hoje nós temos com quem tem tatuagem ou ouve Restart ou ouve sertanejo universitário ou pinta o cabelo de roxo ou é do heavy metal ou vai ao bar com os colegas do trabalho. Isso quando não somos racistas ou não discriminamos por causa da classe social ou do gênero!

Não: preconceito não é um pecadinho qualquer. É um que pode levar a atrocidades, como estupros, agressões físicas e assassinatos. Está por trás da praga do bullying, que deveríamos condenar e combater, ao invés de dizer algo do tipo "ah, eu sofri e não matei, então tudo bem". Aliás, o que aconteceu com o soldado pode muito bem ser entendido como uma forma extrema de bullying.

Que possamos orar pedindo que Deus faça a justiça valer neste caso de estupro. Que possamos, na medida do possível, pressionarmos as Forças Armadas para que apure de forma diferente crimes como esse. E que possamos nos arrepender em Cristo de todas as vezes em que nós agimos desta maneira.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro

26 de setembro de 2011

Jesus não pecou. Mas poderia ter pecado?

Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Hb 4:15
Os cristãos concordam que Jesus não pecou. Somente Ele podia dizer “qual de vocês pode me acusar de algum pecado?” (Jo 8:46) e calar a audiência. Mas a questão que permanece é “Jesus poderia ter pecado?”. Em outras palavras, Jesus era incapaz de pecar ou apenas capaz de não pecar? E no centro dessa discussão está a passagem em apreço.

O ponto em disputa depende da expressão “sem pecado”. Se pecado é visto como o resultado, então é possível supor a possibilidade de sucumbir a tentação. Porém, se pecado é entendido como natureza pecaminosa, então Jesus não possuía uma natureza pecaminosa, e portanto não era propenso a pecar.

Os que defendem a pecabilidade (não o fato, mas a possibilidade de ter pecado) alegam que se Jesus não poderia pecar, não poderia ser verdadeiramente humano, que se Ele não podia pecar então sua tentação não foi real e, finalmente, que se Ele não podia pecar, logo não possuía livre-arbítrio. Examinemos esses argumentos.

É verdade que desde Adão todos os homens pecam. Porém, o pecado não faz parte da constituição original do homem, sendo assim, não é essencial que se tenha uma natureza pecaminosa para que se seja humano de fato. A natureza humana de Jesus era a mesma de Adão antes da Queda, portando, não corrompida pelo pecado. Jesus veio “à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado” (Rm 8:3), mas essa semelhança não significou que Ele tivesse pecado, pois “Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (1Co 5:21).

Devemos considerar também que Jesus foi gerado pelo Espírito Santo, que milagrosamente impediu que a natureza caída de Maria fosse comunicada a Ele. O anjo diz como seria a concepção do Filho de Deus: "O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus” (Lc 1:35) e de fato, pouco depois, Maria “achou-se grávida pelo Espírito Santo” (Mt 1:18). Finalmente, ao argumento de que a pecabilidade é inerente à natureza humana deve ser respondido com o fato de que a impecabilidade é inerente à natureza divina. Como Deus não pode pecar, sendo Deus Jesus tampouco poderia.

Mesmo incapaz de pecar, Jesus podia e o foi tentado de uma forma real. Tentabilidade não implica susceptibilidade ao pecado. Um exército invencível pode ser atacado. Uma fortaleza inexpugnável pode receber investida de conquistadores. O fato de Jesus não ser capaz de pecar não diz nada sobre a disposição do Diabo de tentá-lo. Se no céu ele ousou se rebelar contra o Altíssimo, quanto mais ele o faria contra o Filho do Homem na terra, muito embora nem lá, nem aqui, tivesse chance de lograr êxito. Mas, há que se destacar um ponto. Nem tudo o que se aplica a nós, em termos de tentação, se aplica a Jesus. Somos tentados a partir de dentro, “pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios” (Mc 7:21). Como Jesus não tinha um “coração perverso e incrédulo” (Hb 3:12), portanto, todas as suas tentações tinham origem externa e não em desejos maus e proibidos.

Finalmente, argumenta-se que se Jesus não podia pecar, então Ele não tinha livre-arbítrio. Não vamos aqui refutar a bobagem que chamam de livre-arbítrio do homem, apenas presumamos que Jesus tinha livre-arbítrio e vejamos se este fato seria incompatível com a doutrina da impecabilidade. O livre-arbítrio corretamente entendido é a faculdade de decidir livremente, de acordo com a própria natureza. Em Jesus, havia duas naturezas, a humana e a divina. Pela natureza humana, Jesus podia não pecar, pois Sua natureza não estava corrompida pelo pecado e em tese, poderia pecar. Porém, através da natureza divina, Ele não podia pecar, pois isso iria contra a própria natureza. Sendo assim, podemos dizer que o Senhor tinha um livre-arbítrio perfeito, que o capacitava a livremente fazer sempre e unicamente a vontade de Deus.

Soli Deo Gloria

Clóvis Gonçalves é blogueiro do Cinco Solas e escreve no 5 Calvinistas às segundas-feiras.

5 de setembro de 2011

O que é um evangélico?

Então vocês verão novamente a diferença entre o justo e o ímpio, entre os que servem a Deus e os que não o servem. Ml 3:18
A religiosidade está em alta. E a griffe evangélico mais em evidência do que nunca. Aliás, nunca foi tão chic ser evangélico e “gospel” dá status. O resultado é uma confusão tamanha que para fugir dela alguns chegam a dizer “não sou evangélico”. Mesmos sendo. Vamos tentar nos encontrar no meio desse emaranhado que se tornou o cristianismo protestante. Vamos tentar enxergar alguns pontilhados que sirvam de linhas divisórias.

A primeira divisão a ser feita é entre ateus e teístas. Ateu é aquele que a Bíblia chama de tolo por pensar que "Deus não existe" (Sl 14:1). Por comparação, o teísta é o que admite a existência de Deus, por entender que “quem dele se aproxima precisa crer que ele existe" (Hb 11:6). Equilibrando-se entre esses dois extremos temos os deístas, existindo em duas formas, uma ateísta e outra teísta. O deísmo ateísta confia nas forças da natureza, o deísta crê num poder acima da natureza, mas não o identifica como o Deus que se revela dos cristãos ou o de nenhuma outra religião. E necessário dizer que muitos que se dizem cristãos evangélicos são deístas na prática.

Entre os teístas, precisamos diferenciar os cristãos dos pagãos. Os pagãos são os que adoram um ou vários deuses diferentes do Deus da Bíblia. Temos um exemplo neotestamentário nos atenienses: “Então Paulo levantou-se na reunião do Areópago e disse: "Atenienses! Vejo que em todos os aspectos vocês são muito religiosos, pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO” (At 17:22-23). Idólatras ou politeístas, os pagãos diferem dos cristãos pois estes reconhecem que “o Senhor é Deus em cima nos céus e embaixo na terra. Não há nenhum outro” (Dt 4:39).

Apesar do exclusivismo cristão, no que se refere ao deus vivo, há várias ramificações dentro do cristianismo e uma linha divisória principal pode ser traçada separando o catolicismo romano do protestantismo bíblico. A qualificação bíblico para protestantismo é necessária pois muitos evangélicos, ditos protestantes, são tão ou mais supersticiosos que um romanista medieval. Vejamos alguns pontos distintivos do protestante identificado com o cristianismo bíblico.

A primeira diferença está na regra de fé, ou dizendo de outro modo, a fonte de autoridade. O romanismo recorre à autoridade do papa e da tradição, as quais são necessárias para validar a autoridade da Escritura. O protestantismo nominal recorre a apóstolos modernos e líderes carismáticos, além de profecias não julgadas, para nortear a sua conduta e para definir quais partes da Bíblia se aplicam à sua vida. A uns e outros aplica-se a repreensão de Jesus: “Assim vocês anulam a palavra de Deus, por meio da tradição que vocês mesmos transmitiram. E fazem muitas coisas como essa" (Mc 7:13). Já um cristão evangélico reconhece a Escritura como sua única fonte de fé, prática cúltica e conduta civil. Todas as demais autoridades à que se sujeita, o faz somente na medida em que reconhece que ela deriva e concorda com o que a Bíblia ordena, colocando-se sob o dever de discordar e desobedecer a qualquer autoridade que queira constranger sua consciência contra a Bíblia Sagrada, pois crê que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm 3:16-17).

Outra distinção a ser feita é quanto à fonte da salvação. O romanismo advoga a capacidade humana de, pelo menos, cooperar com a graça, enxergando no homem capacidade para tal. De igual modo, o evangélico popular presume que o homem tem livre-arbítrio que o capacita a aceitar por si mesmo a Cristo. Dessa forma, para ambos, o homem é capaz de iniciar e/ou complementar a operação da salvação, seja atraindo ou cooperando com a graça. O cristianismo bíblico, por sua vez, crê que o homem está completamente morto em pecados e como tal é incapaz de se preparar ou de cooperar com a obra da graça para a sua salvação. Para estes, a salvação é totalmente de Deus, do início ao final, com tudo mais que vem no meio: “Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos” (Ef 2:4-5).

Quanto aos instrumentos que Deus usa para salvar, também há divergência entre os evangélicos bíblicos e os demais. Os católicos romanos acreditam numa combinação de fé e obras para a salvação. Os evangélicos nominais, embora neguem a necessidade de obras, admitem que é necessário “colocar a fé em prática”. E a prática consiste de sacrifícios, legalismo e o uso de artifícios supersticiosos, como o uso de fórmulas ou rituais para obter o favor de Deus, especialmente relacionado à prosperidade, saúde e reconhecimentos social. Os cristãos genuínos aceitam a intrumentalidade da fé somente, pura e simples. “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8-9), é o que afirmam e vivem, sabendo que é “Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Fp 2:13).

Essa dependência exclusiva da fé por parte dos evangélicos bíblicos tem a ver com a causa da nossa salvação. No catolicismo, a salvação se baseia no mérito. E quando há mérito excedente, por obras de supererrogação (que vão além do dever), esses méritos são administrado pelo papa, que assim pode vender indulgências. Evangélicos nominais confiam na mediação de seus líderes ou em pontos de contato, para que obtenham favores divinos. Os cristãos bíblicos rejeitam a intercessão de santos falecidos, a mediação de qualquer homem e o recurso a qualquer fórmula ou objeto, recorrendo e confiando unicamente nAquele que disse "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (Jo 14:6), sabendo que “não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4:12), além do nome de Jesus.

Os pontos anteriores levam a uma distinção final entre os verdadeiros evangélicos e aqueles que apenas usam o nome. Trata-se de a quem é dada toda glória. O romanismo cultua aos santos, especialmente a Maria, além de Deus. Embora tente estabelecer uma diferença teórica entre culto de latria, superlatria e dulia, tal tentativa falha em todo aspecto prático. Evangélicos nominais veneram celebridades gospeis, exaltam apóstolos modernos e rendem tributos a homens, dividindo com eles uma glória que é devida unicamente a Deus. Cristãos genuínos, embora dêem graças a Deus por levantar e usar homens e mulheres, reconhecem que Ele o faz para Sua própria glória, e assim rendem louvor unicamente ao seu nome, pois ouvem-no dizer "Eu sou o Senhor; esse é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor” (Is 42:8) e respondem “Não a nós, Senhor, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e por tua fidelidade!” (l 115:1).

Em conclusão, é necessário dizer que todas essas diferenças são exteriores ou manifestas. E podem ser simuladas por simples assentimento intelectual ou aparência de conformidade exterior. Por isso o texto diz “vocês verão novamente a diferença entre o justo e o ímpio” (Ml 3:18). Pois a verdadeira diferença não pode ser percebida pelo homem, precisando ser revelada por Deus, em momento oportuno: quem é salvo e quem não é. Deus determinou um dia, quando Seu Filho porá à sua direita os que salvou e à sua esquerda os que perecerão, ainda que pensassem estar a serviço dEle. "Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo” (Mt 25:34) e “Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos” (Mt 25:41).

Assim, antes e acima de qualquer diferença visível ou aparente, o que realmente importa é: você está salvo? Se ainda não creu na pessoa de Jesus e não depositou toda a sua confiança em Sua obra para sua salvação, então você está perdido. Arrependa-se de seus pecados e creia nEle para sua salvação, nesta vida e para sempre!

Soli Deo Gloria

Clóvis Gonçalves é blogueiro do Cinco Solas e escreve no 5 Calvinistas às segundas-feiras.