23 de dezembro de 2010

Recupere a graça do seu Natal!

No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria. E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo.

Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação. Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.

Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?

Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus. E Isabel, tua parenta, igualmente concebeu um filho na sua velhice, sendo este já o sexto mês para aquela que diziam ser estéril. Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas.

Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra. E o anjo se ausentou dela. (Lucas 1:26-38)
Há um mistério do século XXI que me deixa realmente intrigado. Em dezembro as cidades se enfeitam e ficam mais bonitas, cheias de luzes. É a época em que são feitas as refeições mais gostosas do ano, onde até mesmo evangélicos recatadíssimos se permitem um gole de vinho. As crianças ganham presentes, pessoas fazem o ato anual de caridade...e até mesmo igrejas normalmente cautelosas quanto à arte fazem, talvez, o único grande esforço artístico e estético para adorar a Deus. Há várias razões pra que o Natal seja considerado o ponto alto do ano.

Mas, apesar da comida, da beleza, da caridade e mesmo dos presentes...é cada vez maior o número de pessoas que se entristecem com o final do ano. Mesmo entre os cristãos, há quem faça condenações ardorosas do Natal como uma festa pagã, materialista e inútil. Já ouvi até quem diga que trata-se do ponto mais baixo do ano.

Por que isso acontece? Tenho uma teoria. Essa tristeza natalina que se torna mais comum é a prova de que falta alguma coisa. A melhor comida, presentes, caridade, beleza...nada disso faz uma diferença permanente e significativa...sem Jesus Cristo.

Deus é conosco
É muito fácil nos esquecermos que a origem de todas as comemorações é o nascimento de Jesus. Em todo o mundo, cristãos e não-cristãos, e até mesmo nações que se declaram laicas decretam um feriado que honra o aniversário do Filho de Deus.

Sim, o Natal é uma data única porque nós não estamos simplesmente celebrando a vida de um ser humano. Nós comemoramos o fato de que Deus, o Altíssimo, se fez homem e veio ao mundo habitar conosco. Quando o anjo Gabriel diz a Maria que "o Senhor é contigo", a saudação tinha um significado ímpar porque, de fato, ela teria em seu ventre o próprio Deus.

Você pode não entender...mas isso, por si só, deveria despertar em nós uma alegria indescritível. Se já é bom revermos no final do ano os amigos queridos, os parentes distantes, aqueles que amamos...imagine receber o Deus vivo! Trata-se, de fato, de um favor enorme, muito além do que Maria merecia.

Mas não precisamos ter inveja de Maria. Jesus continua disponível hoje, para ser acolhido por qualquer um que abra as portas de sua vida para recebê-Lo como Deus e Senhor. Não mais para morar em nossos ventres, mas sim em nossos corações.

O rei da casa de Jacó
Atraente não? Todavia, nem todos sabem de fato o que significa estar junto de Deus. Há quem pense que Ele é uma espécie de Pai dos Papais Noéis: um velhinho simpático e indulgente, pronto a dar presentes legais aos bons garotos. Outros o veem como gênio da lâmpada: basta saber como esfregar a lâmpada para que Ele realize qualquer desejo do coração.

Contudo, Jesus não é Papai Noel. Ele é Rei, o Chefe, o Senhor do Universo. O Messias não vem ao mundo para satisfazer as nossas vontades, mas sim para nos levar a cumprirmos a vontade do Pai. O Cristo veio ao mundo para ser revelado pelo Pai como o verdadeiro Dono de tudo o que há.

E essa é a explicação de porque Jesus se tornou um detalhe ou uma curiosidade nos Natais do século XXI. Ser "dono(a) do próprio nariz" ou o(a) "senhor(a) do próprio destino" são ideias muito populares, mas incompatíveis com a vinda de Cristo. Só pode acolhê-Lo quem estiver disposto a deixar que Ele seja o dono de toda a nossa vida e Aquele que escreve a nossa história. Quem quer "fazer o próprio caminho" não pode andar n'Aquele que é o único caminho:
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. (João 14:6)
No entanto, aqueles que aceitam o reinado de Jesus passam a fazer parte da "casa de Jacó", ou seja, do povo santo e eleito por Deus para a vida eterna. Mesmo que não tenham uma gota de sangue israelita na veia, tornam-se o verdadeiro Israel para o Pai. Por outro lado, todos os que recusam servir a Jesus são excluídos da casa de Jacó...mesmo que tenham um sangue 100% israelita.

Um reinado sem fim
Tudo isso deveria vir a nossas mentes quando falamos do Natal. Mais do que nos deleitarmos com a comida e os presentes, deveríamos nos deliciar com a chegada do Rei dos Reis. E, de fato, há pessoas que fazem isso. E, ainda que de modo imperfeito, como uma curiosidade jornalística, muitos acabam se lembrando de que Jesus existe e ainda há pessoas que O adoram.

O problema é que o Natal acaba. Logo depois chega o Ano Novo...e o mundo volta aos seus pecados. Pessoas que se encantavam com o presépio rendem homenagens a outros "deuses". Quem admirava a singela simplicidade da manjedoura faz simpatias para acumular dinheiro e ter uma vida cheia de luxo e extravagância. Defensores do nascimento virginal de Cristo viram o ano entregues a prazeres sexuais condenados pelo próprio Cristo. É incrível como em poucos dias o mundo retira qualquer menção de Jesus do noticiário e o substitui por adivinhações, prazeres e idolatria.
Depois do aniversário de Jesus, o mundo vai após os astros...

Jesus, porém, reina para sempre. Para o mundo, o Natal é apenas um instante. Mas, para os verdadeiros cristãos, é apenas a recordação do início de uma realidade que enche todos os dias do ano e todos os anos da História. Ainda não é visível, mas Jesus já é Rei. Davi, Vitória, Mao Tsé-tung e muitos outros reis e senhores já passaram. Contudo, o reinado de Jesus nunca terá fim.

Ao contrário do que muitos pregam e pensam, o Natal não é a celebração do nascimento de um menino, mas sim do início de uma nova era que jamais acabará. O reino de Deus é futuro em sua consumação, em sua manifestação última, mas já é chegado e não será encerrado, independente do que acontecer. O bebê Jesus não pôde ser destruído por Herodes e seus inimigos, e se é assim, imaginem o Cristo ressurreto que está assentado à destra do Pai!

Natal: expressão da graça de Deus
E é por todos esses motivos que eu não consigo entender porque o Natal é, cada vez mais, um feriado triste para muitos. Se nós celebrássemos o Natal tendo Jesus como o centro...ao invés de pormos a família, os presentes, a caridade ou as comidas...se nós nos importássemos profundamente com a vinda do Messias...só teríamos motivos para alegria.

Até porque, acima de tudo, o Natal é uma graça, ou seja, um favor do qual nós não somos dignos ou merecedores. Não merecemos ter Deus morando conosco, governando as nossas vidas e nos acompanhando para sempre. O que merecemos mesmo são os reis cruéis e tiranos que elegemos para governar a nossa vida, sejam eles políticos corruptos, vícios enganosos ou prazeres fugazes.

Mas, no Natal, celebramos a chegada de um Rei a quem devemos sim obediência...mas que veio para nos servir e dar o que Ele tem de mais precioso: a própria vida.
Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. (Marcos 10:45)
O desejo do meu coração é que neste Natal você possa descobrir-se como um dos muitos por quem Jesus entregou a própria vida. E que você descubra em Cristo uma alegria muito maior que qualquer Natal ou revéillon podem oferecer.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro

2 comentários:

  1. que texto maravilhoso e simples. Derruba tabus do natal, tanto para os que acham que esta é uma festa onde se trocam presentes e o Papai Noel é a figura central, quanto para os crentes mais radicais que acham que não deveríamos comemorar o nascimento de Jesus. Este texto traz à tona o imprescindível sentido do natal: a vinda do Rei para dar, aos que previamente escolheu, a vida.
    Deus coninue abençoando sua vida, para que você nos abençoe com os seus textos.

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  2. Jesus vive! Glórias a ele! Que possamos sempre celebrar essa data como uma recordação do amor de Deus para conosco!

    Obrigado por este texto, Nozima! =D


    E feliz natal! ;D

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