23 de julho de 2011

A raiz do terrorismo e dos serial killers

Publicado originalmente no Reforma e Carisma.
Basta um ou mais agentes dispostos a matar e morrer no mesmo ato e pronto está armado o cenário para esse tipo de abominável loucura. (Clóvis Rossi)

Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 6:23 - NVI)
Sextas-feiras costumam ser sinônimos de dias bons. O dia seguinte é sábado, então dá para sair até mais tarde e aproveitar a noite. Mas, para mim, ontem era apenas uma sexta aborrecida. O trabalho não saiu como eu gostaria, a cabeça cheia de dúvidas e preocupações...e nenhum programa que eu realmente quisesse fazer. Basicamente o meu agito noturno foi fazer uma verificação completa do antivírus no PC. Deu até pra dormir enquanto o antivírus rodava.

Acordei já de madrugada, pensando que o mal do mundo se resumia a minha vida. Até a hora que li que o número de mortos em dois atentados na Noruega tinha passado de 10...para 80. No momento em que estou escrevendo, a conta já chegou a 92. E até onde se sabe, tudo foi realizado por uma única pessoa.

Esses crimes desafiam tudo o que os brasileiros costumam pensar sobre a violência. Aconteceu em um dos países mais ricos, pacíficos e desenvolvidos do mundo: a Noruega, e não em algum lugar pobre, socialmente instável e malvisto pela comunidade internacional. O ato não foi cometido por um muçulmano radical revoltado com a riqueza do Ocidente, mas as reportagens mostram que o assassino é um "islamofóbico" e "fundamentalista cristão". Alguém com dinheiro para comprar seis toneladas de fertilizantes, arma de fogo e outros ingredientes para fazer bombas. O atentado não é obra de guerrilheiros esquerdistas, mas de alguém alinhado com a extrema direita. E com uma lógica distorcida: ao invés de atacar quem ele dizia odiar mais, o extremista preferiu se voltar contra outros noruegueses.

Qual o verdadeiro problema?
Na verdade, são várias as causas de todos os tipos de violência. A dificuldade de aceitar o diferente, uma cultura (ou família) que valoriza a força e não o diálogo, dificuldades econômicas e até mesmo doenças psiquiátricas, todos estes ingredientes podem estar presentes. Mas sempre acontece um caso que desafia as explicações do momento.

Contudo a Bíblia ensina que há uma causa mais profunda e comum a todo tipo de violência. Há uma mesma raiz por trás da tragédia de Oslo, de Realengo, de Nova York, da covarde agressão homofóbica a um pai que abraçou o filho e de todos os demais atos violentos. Uma raiz chamada pecado.

O pecado não é algo que fazemos, é algo que define o ser humano porque faz parte de nossa natureza. A tendência normal do ser humano não é a de obedecer a Deus, mas sim a de desobedecê-Lo, ignorá-Lo e desafiá-Lo. Nosso coração não é programado para amarmos a Deus e a Sua vontade, mas sim para amarmos a nós mesmos e os nossos desejos egoístas. Amar o próximo não é algo natural, mas aprendido, especialmente quando ele é diferente.

E o pecado, invariavelmente, produz a morte. Ele causa mal e destruição na vida de quem peca e de outras pessoas que são afetadas por seus erros. Quando seguimos o nosso coração e deixamos Deus de lado, não sabemos em qual abismo iremos parar. Pode ser que alguns apenas demonstrem ódio e digam palavras rancorosas, enquanto outros façam um planejamento de meses para destruir e matar crianças. Não importa. É o mesmo sentimento, como disse Jesus:
Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não matarás’, e ‘quem matar estará sujeito a julgamento’. Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: ‘Racá’, será levado ao tribunal. E qualquer que disser: ‘Louco! ’, corre o risco de ir para o fogo do inferno. (Mateus 6:21-22 NVI)
Qual a solução?
Ao contrário de nós, Deus é bom. E por isso Ele providenciou uma forma de escaparmos do fogo do inferno, da morte que é o salário devido a cada pecador. Em Cristo Jesus podemos encontrar a vida eterna que vence o poder da morte e do pecado.

Sei que parece contraditório dizer isso quando vemos que cristãos radicais podem sair por aí matando pessoas. Mas quando eles fazem isso, estão sendo pecadores e desobedecendo as ordens de Jesus. O Filho de Deus veio ao mundo para nos salvar e não para nos destruir:
Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. (João 3:16-17 NVI)
Jesus amou o mundo. Isso inclui o norueguês, o namibiano, o brasileiro e o yanomami. Ele amou os heterossexuais e os homossexuais, os ricos e os pobres, os petistas e os tucanos. Jesus veio para dar a todos nós a vida eterna, uma vida que recebemos quando temos fé que Jesus é o Senhor e confessamos que Sua morte e ressurreição nos livram do poder do pecado (Romanos 10:9-10).  Jesus não veio matar, Ele veio morrer para dar a salvação aos pecadores:
Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus (1 Pedro 3:18)
O verdadeiro cristão radical não é o que mata aquele que é diferente, mas sim aquele que ama os diferentes, assim como Jesus o amou. O cristão realmente radical não quer matar por Jesus, mas, se preciso, irá morrer para que outros tenham a possibilidade de encontrarem a vida eterna. Um dia o Juízo Final virá. Mas o servo de Jesus sabe que nós não somos os juízes, mas sim os réus. O nosso papel é o de anunciarmos e vivermos a mensagem que pode livrar a humanidade da condenação divina.

Não é com o ódio e a violência que o mundo se tornará aquilo que cristãos, muçulmanos, heterossexuais, homossexuais, esquerdistas, centristas e direitistas gostariam que fosse. O mundo só vai ter jeito mesmo quando admitirmos que somos pecadores e rejeitarmos o caminho da morte, tendo fé em Jesus Cristo e sujeitando-nos voluntariamente a Deus.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro

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