- Textinho que escrevi hoje para o boletim semanal de nossa congregação -
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16 Conceda o Senhor misericórdia à casa de Onesíforo, porque, muitas vezes, me deu ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas; 17 antes, tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente até me encontrar. 18 O Senhor lhe conceda, naquele Dia, achar misericórdia da parte do Senhor. E tu sabes, melhor do que eu, quantos serviços me prestou ele em Éfeso.
2 Timóteo 1.16-18.
Recentemente ouvi de uma colega, ainda indecisa entre o catolicismo e o evangelho (sim, pois catolicismo e evangelho são coisas totalmente distintas uma da outra), que em 2 Timóteo 1.18 Paulo fez uma oração por Onesíforo, o qual, segundo a leitura dela (e dos católicos romanos em geral), já havia morrido. Muito embora a discussão tenha sido no seu mural do Facebook, ela mesma não apareceu lá para comentar nada. Mas houve quem o fizesse. Deixando de lado essas questiúnculas, vamos ao ponto.
Basicamente, são dois os argumentos usados pelos
católicos para defender que Onesíforo estava morto. O primeiro é a referência que Paulo fez ao dia do julgamento final
(“aquele Dia”). Para os romanistas esta seria uma prova irrefutável de que o
amigo de Paulo já se encontrava em uma situação de além-túmulo. Contudo, o fato
de Paulo ter feito menção ao dia do Juízo Final nesse contexto não prova o
ponto de vista católico, visto que, no versículo 12, Paulo também faz menção a
esse Dia. Se realmente é verdade que Onesíforo estava morto somente porque
Paulo fez referência ao Juízo Final, penso que os católicos, por uma questão de
coerência, deveriam se prontificar a crer que a presente carta a Timóteo foi psicografada.
O segundo argumento que eles apresentam
é o de que Onesíforo já estava morto porque Paulo saúda a “a casa de Onesíforo”
(2 Tm 4.19), e não o próprio Onesíforo. Com isso, alguns afirmam que, se
Onesíforo estivesse vivo, Paulo o saudaria, em vez de saudar sua família. Esse
argumento é logo dissolvido se levarmos em consideração que Onesíforo ainda
estava em Roma (ou mesmo a caminho de Éfeso), ao passo que sua família estava
em Éfeso, cidade onde Timóteo estava pastoreando na ocasião. Além do mais, a
“casa de Onesíforo” não deveria incluir ele próprio?
Que Onesíforo não estava morto no
momento em que Paulo escreveu a sua segunda carta a Timóteo eu não tenho a
menor dúvida. A Escritura é clara quando afirma que “aos homens está ordenado
morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo” (Hb 9.27), e o apóstolo jamais
contradiria algum princípio dela. Portanto, nenhuma oração é capaz de mudar o
destino de quem já partiu desta vida.
Soli Deo Gloria!
"Portanto, nenhuma oração é capaz de mudar o destino de quem já partiu desta vida."
ResponderExcluirOrações podem mudar o destino?
Porventura há algo embutido em minha fala que dê a entender isso, Credulo?
ResponderExcluirNão deixa de ser interessante notar a ideia (a qual não tem nada a ver com orações a mortos).
ResponderExcluirVocê fala que orações não mudam o destino dos mortos.
Mas, de maneira geral, orações mudam o destino? Orações tem este poder (seja ele intrínseco o extrínseco)? Não deixa de ser uma pergunta interessante - daria até um post, ó pá!
Acho que vc forçou a barra com o verso 12, lá existe um "até", o que não consta na oração de Paulo. Outra coisa, se Paulo estivesse orando por Onesíforo, esta oração não iria mudar realmente seu destino, pois a crença católica do purgatório é que o purgatório não é um local de destino, dali céu ou inferno, mas é um local dos salvos que estão lá para purificação.
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