1 de abril de 2010

Que é o homem?


Quando o salmista perguntava "que é o homem para que Te lembres dele?", a pergunta retórica indicava uma compreensão profunda do lugar do homem diante de Deus.

A pergunta sobre o "lugar" do homem no espaço e no tempo define uma série de outros pontos do nosso modo de viver. Alguém com uma concepção por demais pessimista sobre a humanidade é levado ao niilismo, existencialismo, ou qualquer abordagem que cede ao desespero. Do outro lado, quem desenvolve uma visão exageradamente otimista do ser humano, acaba vivendo em uma ilusão ineficaz para explicar os problemas e crises humanas.

João Calvino afirmava que o conhecimento de Deus produziria auto-conhecimento na medida correta. Partindo desta premissa, já observamos os atributos de Deus e percebemos pontos importantes de Sua Palavra. Agora, então, é a hora de concentrarmos o foco no que a Bíblia diz a respeito de nós.

Longe das fórmulas prontas e psicologizadas, buscamos uma abordagem acima de tudo fiel à Palavra de Deus, e consoante com a tradição Reformada. Entendemos que muitos dos problemas nas comunidades cristãs atuais, brota de uma antropologia confusa nestes aspectos: ou é (1) "psicologizada" demais, conhecedora de todas as teorias e postulados das várias escolas da psicologia enquanto desconhece ou minimiza a perspectiva bíblica sobre o assunto; ou (2) falha na fidelidade à Escritura, às vezes rejeitando a psicologia, mas ainda assim se apegando a tradições teológicas que rejeitam aspectos fundamentais da antropologia bíblica; ou (3) rejeita a produção do período da Reforma, considerando-a severa ou pessimista demais, bem como o ensino reformado a respeito do homem.

O Dr. Michael Horton sugeriu que, se você tem uma visão inadequada do problema, a sua solução para o problema será compatível com a sua percepção, e também será indequada para a dificuldade em evidência. A partir disso, ele utilizou a pesquisa de um sociólogo norte-americano - Christian Smith - e chegou à conclusão de que muito da teologia dos evangélicos naquele país (e não só lá) se tornou uma nova religião: o Deísmo Moralista e Terapêutico. Essa solução contemporânea parte de noções erradas sobre Deus, o homem, e sua relação. Quando você desconhece o problema, surgirá com soluções ineficazes problemáticas.

A mentalidade terapêutica se fundamenta na percepção de que, em última análise, o problema do homem é psicológico. Podemos confiar nesta percepção?

Neste mês de Abril os 5 calvinistas analisarão o homem. Uma antropologia bíblica será o nosso foco. Acompanhe-nos nessa jornada!

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Allen Porto é blogueiro do BJC, e escreve às quintas no 5 Calvinistas.

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