28 de abril de 2011

O pecado de William e Kate

Publicado originalmente no Reforma e Carisma.
Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. (Gênesis 2:24)

Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros. (Hebreus 13:4)
Histórias de amor envolvendo príncipes e princesas nem precisam ser reais para atrair o sonho e a imaginação das pessoas. Os noivos podem até ser ogros, como em Shrek, e mesmo assim a história desperta o interesse de gerações. E quando o "conto de fadas" se torna real, aí sim você tem um verdadeiro frisson. Afinal, não é todo dia que a plebeia se casa com o príncipe...e ainda mais com um que tem tudo pra se tornar rei!

E é grande o otimismo com que tem sido noticiado o casamento do príncipe William com Kate Middleton. Há até quem levante razões para invejar Kate. O casal é apontado como um exemplo de discrição, correção e até de modéstia, já que o príncipe trabalha como militar, foi voluntário em serviços humanitários e mora em uma propriedade modesta para um nobre. Tudo perfeito. De fato, William e Kate despontam como uma história de amor exemplar para o início do século XXI.
O príncipe William e sua noiva, Kate Middleton.

Exemplar? Bom, até poderia ser, não fosse por um pequeno "detalhe":
Kate costuma passar longas temporadas na casa do príncipe, algo impensável há 30 anos. Quando os pais de William se uniram, em 1981, a virgindade de Lady Di era uma condição fundamental. Hoje, os súditos nem se importam com o fato de os noivos já viverem juntos antes do casamento. E, cada vez mais, querem ver os futuros vizinhos como rei e rainha. William é o segundo na linha de sucessão, logo depois do pai, o príncipe Charles. (Do G1, com informações do Fantástico)
William e Kate começaram a viver como marido e mulher antes de se casarem. Já não são mais virgens, praticamente "moram junto" há alguns anos e isso não está mais sendo discutido, nem mesmo pelos nobres bispos da Igreja da Inglaterra. Isso pode não ser um problema para a sociedade não-cristã, mas ainda é para aqueles que se importam com a Bíblia.

O que é um casamento?
Puxa, mas que caretice! Por que eu deveria me importar com a virgindade? Os tempos são outros, não é mesmo? E, além do mais, casamento é uma convenção que varia conforme o tempo e o lugar, certo? Não, errado.

Em primeiro lugar, a Bíblia é o livro de Deus escrito para todos os seres humanos, de todos os lugares e em todas as épocas. Ela deve sim ser interpretada levando em conta a cultura e a história do momento em que foi escrita, mas trata-se de um livro com verdades eternas. Mesmo naquilo que é "cultural", há princípios que devem ser percebidos e observados por todos, sem distinção.

O casamento, aliás, é um bom exemplo. Embora a forma como ele se realiza varie ao longo dos anos, o casamento foi instituído por Deus no momento da criação, antes que houvesse pecado. Trata-se, portanto, de uma convenção divina, que reúne quatro elementos segundo Gênesis 2:24:

- Independência (deixa o homem pai e mãe);
- Unidade (e se une);
- Monogamia (à sua mulher);
- Amor e sexualidade (tornando-se os dois uma só carne).

O versículo mostra uma gradação de intensidade. Os noivos adquirem independência, ou seja, as condições de se sustentarem sem a ajuda paterna. Havendo o desejo da união, eles se casam e dão todos os passos acima, um mais intenso do que o anterior, separando-se da família anterior e formando uma nova.

Claro, nada contra alguém morar sozinho e deixar os pais antes de se casar. Os celibatários, como Jesus, fazem isso e não pecam. Mas o unir-se a mulher (que também pode ser entendido como "morar junto" e suas implicações afetivas) e principalmente o "tornar-se uma só carne" (a relação sexual) são, claramente, partes de um casamento.

Logo, se William e Kate coabitam sexualmente antes de se casar, eles pecam. Quem quer ver uma análise bíblica mais profunda mostrando que o sexo antes do casamento é pecado, pode clicar aqui.

O leito sem mácula
O sexo pré-marital já não credencia William e Kate como exemplos. Eles podem ser príncipes, William pode até ser o futuro "cabeça da Igreja da Inglaterra", mas o que determina os nossos modelos é a Bíblia e não a posição social ou o título eclesiástico.

E o que a Bíblia diz que devemos valorizar é o "leito sem mácula", ou seja, o casamento puro. Os casais que devemos elogiar são aqueles que respeitam os vínculos do casamento e vivem em fidelidade e pureza. Os que são impuros e adúlteros não devem receber nossa admiração, mas sim o nosso alerta de que serão julgados por Deus.

Há uma ótima razão para ser assim. O casamento humano é um símbolo do casamento espiritual que vai acontecer entre Jesus e a Igreja, no último dia.
Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. (Efésios 5:31-32)
E este casamento é entre dois entes puros. Sim, a Igreja é formada por pecadores de todos os tipos, inclusive de gente extremamente impura e adúltera. Mas ela é purificada por Jesus, que terá, no último dia, uma noiva santa, sem mácula e sem defeito.
Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. (Efésios 5:25-27)
Por isso, quando os bispos anglicanos e até mesmo os pastores protestantes se calam sobre a coabitação dos príncipes, nós pecamos, porque não advertimos os fiéis sobre a ameaça do julgamento divino para quem macula (mancha) o seu leito. Erramos quando toleramos as impurezas sexuais em nossas igrejas. Erramos quando achamos normais os namorados que traem, as fornicações e outros tipos de impureza sexual. Erramos porque assim manchamos o simbolismo humano do casamento espiritual de Jesus.
Abadia de Westminster.
O casamento humano é  uma representação do casamento de Jesus com a Igreja.

Mas erra ainda mais quem acha um avanço o fato dos pecados sexuais não serem mais confrontados. Não há nada de exemplar nas fornicações reais, nisso eles não são o nosso exemplo! Quem deveríamos honrar e valorizar são os virgens, os que preservam um namoro santo, os que se recusam a trair, os que são imaculados! Mas estes, coitados, hoje em dia são alvo de gozações e piadas. Contudo, no final, os puros é que serão exaltados pelo Senhor.

E se o leito já foi maculado?
Mas agora que tudo aconteceu...o casamento de William e Kate é amaldiçoado? Deus jamais lhes será favorável? Bom, depende.

Assim como William e Kate, muitos cristãos também não conseguiram manter a sua pureza sexual e pecaram. Nem por isso eles estão condenados à infelicidade. Aliás, muitos deles tiveram (e têm) ótimos casamentos. Há graça e bênção para os que se arrependem do pecado e decidem recomeçar.

Arrepender-se é reconhecer o pecado e decidir mudar a direção. É optar por não repetir o mesmo erro, entregando-se a Deus. Em grego, é uma metanoia, ou seja, "mudar de mente". Havendo arrependimento, há purificação, inclusive para os príncipes.

Como lemos acima, Jesus se entrega pela Igreja para santificá-la e purificá-la, deixando-a sem mácula e defeito. E todos os que fazem parte da Igreja, todos, sem exceção, possuem manchas e defeitos. Só que a graça de Deus é maior do que os pecados cometidos, por isso, quando Jesus nos limpa, é como se nunca tivéssemos pecado.

Que o Senhor possa abençoar os príncipes com o genuíno arrependimento. E que Ele recompense os que optaram por seguir os padrões da Bíblia e rejeitaram os valores do mundo.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro

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