“Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” 2Pe 3:18
O crescimento é um fenômeno esperado em todos os seres vivos. No pre-natal uma das coisas que o médico controla é o crescimento do bebe. Quando a criança nasce, o obstetra a pesa e mede o recém-nascido. E a cada consulta o pediatra, novamente, repete medições e pesagens. O que todos esperam como resultado é que com o passar do tempo, a criança vá crescendo. Na vida espiritual, o crescimento também é esperado.
Nós nascemos como filhos de Deus “pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade" (Tg 1:18). Devemos, pois, desejar “ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1Pe 2:2). Mas o crescimento a partir daí é esperado. “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo” (1Co 3:1). Na medida que avançamos no tempo, devemos avançar no desenvolvimento da nossa fé, para não ouvirmos o Espírito nos repreender dizendo “Quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido” (Hb 5:12). O nosso alvo é crescer “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4:13).
Aqui, o crescimento não é apenas esperado, mas ordenado. “Crescei!”, diz Pedro. O verbo está no presente e é um imperativo, uma ordem. Devemos crescer. É verdade que o crescimento espiritual é “crescimento que procede de Deus” (Cl 2:19), mesmo assim nos é ordenado “desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2:12). Deus nos ordena o que Ele mesmo nos dá, então podemos confiar que o crescimento espiritual não apenas é esperado e ordenado, mas também possível!
O apóstolo nos diz para crescermos na graça. Mas o que vem a ser graça? Receio que de tão usada, graça é uma palavra cujo sentido escape a muitos. Uma definição de graça diz que é o “um dom gratuito e sobrenatural dado por Deus para conceder à humanidade todos os bens necessários à sua existência e à sua salvação”. Uma maneira de compreender a graça é contrastá-la com a justiça. A justiça é dar a cada um o que lhe é devido. É justo que um trabalhador receba o salário devido. É justo que um criminoso seja punido proporcionalmente ao seu crime. Mas a graça não é justiça, na verdade, ela muitas vezes aparenta ser injusta. Trabalhadores que trabalham apenas um hora num dia recebem igual pagamento que os que trabalharam o dia inteiro. Ovelhas fiéis são deixadas no deserto enquanto o pastor vai em busca de uma desgarrada. Um filho esbanjador ganha roupas novas, jóias e uma festa, enquanto que o irmão obediente ainda está no trabalho, e só ouve a música ao completar o dia no campo. A graça, portanto, nada tem a ver com merecimento. Pelo contrário, só há graça onde há demérito.
Sendo assim, crescer na graça não tem a ver com ser mais digno, mais apto, mais preparado, mais ativo, mais isto ou mais aquilo. Crescer na graça é reconhecer a própria indignidade, é descobrir-se completamente inapto e despreparado, enfim, é desesperar-se de si mesmo. “Então, ele me disse: a minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2Co 12:9). Crescer na graça, é crescer como rabo de cavalo, para baixo, pois Deus “dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg 4:6). Sendo assim, nosso lema deve ser “convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30).
Somos instados a crescer no conhecimento. “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Os 4:6) era um fato nos dias de Oséias, e é uma verdade nos dias de hoje. “Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?” (Mc 12:24) descreve o motivo de tantos se desencaminharem hoje. De Jesus é dito que “crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2:40). De nós deve ser dito “estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros” (Rm 14:14).
Ter conhecimento não apenas a acumular dados e informações. Dados e informações podem ser coletados e com os recursos disponíveis hoje, temos acesso a tanta informação que somos incapazes de dar conta dela. Conhecimento é informação processada, e no caso do conhecimento revelado na Escritura, é informação trabalhada em nosso coração pelo Espírito Santo. É necessária iluminação, “desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei” (Sl 119:18). É necessário meditação, “antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1:2).
Tendo considerado a necessidade de crescer na graça e no conhecimento, precisamos descobrir o caminho para isso, embora alguma coisa já tenha sido adiantada. Indicarei então que Jesus é a fonte da graça e do conhecimento, pois “o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14). Não obteremos mais graça nos aperfeiçando ou procurando em nós mesmos, “porque... a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1:17). De igual modo, para obtermos o conhecimento que precisamos, temos que ir a Jesus “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2:3). O segredo do crescimento na graça e no conhecimento é uma intimidade maior com Jesus Cristo e Sua Palavra.
À guisa de conclusão, uma palavra a respeito do objetivo maior do crescimento na graça e no conhecimento. Embora sejamos imediatamente beneficiados por esse crescimento, o propósito final é a glória de Deus. Pedro termina sua exortação com as palavras “a Ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” (2Pe 3:18). Quando diminuímos para que Ele cresça, Ele é louvado. Quando aprendemos mais dEle, conhecendo-o melhor, melhor o glorificamos. Por isso, cresçamos na graça e no conhecimento, para glória dEle.
Soli Deo Gloria
Nós nascemos como filhos de Deus “pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade" (Tg 1:18). Devemos, pois, desejar “ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1Pe 2:2). Mas o crescimento a partir daí é esperado. “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo” (1Co 3:1). Na medida que avançamos no tempo, devemos avançar no desenvolvimento da nossa fé, para não ouvirmos o Espírito nos repreender dizendo “Quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido” (Hb 5:12). O nosso alvo é crescer “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4:13).
Aqui, o crescimento não é apenas esperado, mas ordenado. “Crescei!”, diz Pedro. O verbo está no presente e é um imperativo, uma ordem. Devemos crescer. É verdade que o crescimento espiritual é “crescimento que procede de Deus” (Cl 2:19), mesmo assim nos é ordenado “desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2:12). Deus nos ordena o que Ele mesmo nos dá, então podemos confiar que o crescimento espiritual não apenas é esperado e ordenado, mas também possível!
O apóstolo nos diz para crescermos na graça. Mas o que vem a ser graça? Receio que de tão usada, graça é uma palavra cujo sentido escape a muitos. Uma definição de graça diz que é o “um dom gratuito e sobrenatural dado por Deus para conceder à humanidade todos os bens necessários à sua existência e à sua salvação”. Uma maneira de compreender a graça é contrastá-la com a justiça. A justiça é dar a cada um o que lhe é devido. É justo que um trabalhador receba o salário devido. É justo que um criminoso seja punido proporcionalmente ao seu crime. Mas a graça não é justiça, na verdade, ela muitas vezes aparenta ser injusta. Trabalhadores que trabalham apenas um hora num dia recebem igual pagamento que os que trabalharam o dia inteiro. Ovelhas fiéis são deixadas no deserto enquanto o pastor vai em busca de uma desgarrada. Um filho esbanjador ganha roupas novas, jóias e uma festa, enquanto que o irmão obediente ainda está no trabalho, e só ouve a música ao completar o dia no campo. A graça, portanto, nada tem a ver com merecimento. Pelo contrário, só há graça onde há demérito.
Sendo assim, crescer na graça não tem a ver com ser mais digno, mais apto, mais preparado, mais ativo, mais isto ou mais aquilo. Crescer na graça é reconhecer a própria indignidade, é descobrir-se completamente inapto e despreparado, enfim, é desesperar-se de si mesmo. “Então, ele me disse: a minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2Co 12:9). Crescer na graça, é crescer como rabo de cavalo, para baixo, pois Deus “dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg 4:6). Sendo assim, nosso lema deve ser “convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30).
Somos instados a crescer no conhecimento. “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Os 4:6) era um fato nos dias de Oséias, e é uma verdade nos dias de hoje. “Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?” (Mc 12:24) descreve o motivo de tantos se desencaminharem hoje. De Jesus é dito que “crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2:40). De nós deve ser dito “estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros” (Rm 14:14).
Ter conhecimento não apenas a acumular dados e informações. Dados e informações podem ser coletados e com os recursos disponíveis hoje, temos acesso a tanta informação que somos incapazes de dar conta dela. Conhecimento é informação processada, e no caso do conhecimento revelado na Escritura, é informação trabalhada em nosso coração pelo Espírito Santo. É necessária iluminação, “desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei” (Sl 119:18). É necessário meditação, “antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1:2).
Tendo considerado a necessidade de crescer na graça e no conhecimento, precisamos descobrir o caminho para isso, embora alguma coisa já tenha sido adiantada. Indicarei então que Jesus é a fonte da graça e do conhecimento, pois “o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14). Não obteremos mais graça nos aperfeiçando ou procurando em nós mesmos, “porque... a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1:17). De igual modo, para obtermos o conhecimento que precisamos, temos que ir a Jesus “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2:3). O segredo do crescimento na graça e no conhecimento é uma intimidade maior com Jesus Cristo e Sua Palavra.
À guisa de conclusão, uma palavra a respeito do objetivo maior do crescimento na graça e no conhecimento. Embora sejamos imediatamente beneficiados por esse crescimento, o propósito final é a glória de Deus. Pedro termina sua exortação com as palavras “a Ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” (2Pe 3:18). Quando diminuímos para que Ele cresça, Ele é louvado. Quando aprendemos mais dEle, conhecendo-o melhor, melhor o glorificamos. Por isso, cresçamos na graça e no conhecimento, para glória dEle.
Soli Deo Gloria
Clóvis Gonçalves é blogueiro do Cinco Solas e escreve no 5 Calvinistas às segundas-feiras.
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