A uniformidade de pensamento é um desejo buscado, consciente ou inconscientemente, por todos nós. Por mais "tolerantes" que sejamos, sempre há um segmento ideológico que é visto como "inimigo" e pelo qual não nutrimos simpatia. Como não é possível forçar todos a pensarem de modo agradável a nós, o pluralismo acaba se impondo não como o ideal de todos, mas antes como a melhor alternativa possível, superior à guerra e à violência. Melhor conviver com o diferente do que tentar exterminá-lo.
Contudo, a tentativa de impor um pensamento único sempre seduz parcelas significativas da sociedade. A História está cheia de exemplos, desde o nazismo alemão até o comunismo soviético, incluindo-se aí o fundamentalismo islâmico e até mesmo experiências puritanas de criar colônias nos Estados Unidos onde haveria uma única religião. O totalitarismo é uma tentação que não respeita nenhum tipo de fronteira.
Ao meu ver, é esse tipo de tentação que leva cristãos de vários matizes a defenderem uma teocracia cristã. Na verdade, já há proposta para criar o Partido Republicano Teocrata Cristão (PRTC). O objetivo expresso é o de promover a "adequação de todas as leis da nação às leis bíblicas", inclusive com apoio de muitos blogs calvinistas. Esse tipo de movimento é uma reação à aprovação e discussão de leis que ferem os princípios da Bíblia.
Contudo, esse fato exige uma discussão. Afinal, a teocracia cristã é o caminho que a própria Bíblia ensina para fazer valer o reino de Deus?
A necessidade da liberdade religiosa
Creio que a primeira coisa que deve ser analisada é a questão da liberdade religiosa. O sonho oculto de muitos segmentos, desde o mais tradicional dos reformados até o mais esotérico neopentecostal, é o de ver todos seguirem uma mesma fé, tendo a Bíblia formalmente reconhecida como estando acima de qualquer outra lei. Na verdade, muitos evangélicos não querem esperar pelo dia em que Jesus Cristo virá implantar seu Reino...querem vê-lo aqui, de modo visível, já! A separação entre Igreja e Estado não é mais vista como uma conquista que foi essencial para garantir a sobrevivência dos evangélicos em sociedades católicas. Agora, o sonho de muitos é ver as igrejas evangélicas comandando o Estado e impondo a sua agenda e pensamento a todos.
Contudo, Jesus Cristo nunca exigiu a conversão de todos os seus ouvintes aos seus ensinamentos. É interessante notar que Jesus não protesta porque ninguém proíbe os fariseus de ensinar ou porque o ensino pagão era tolerado pelo Estado romano. A arma usada por Jesus em seu ministério era a pregação da Palavra. Era por meio da persuasão, da oratória e dos debates que o Senhor esperava ganhar o coração dos ouvintes. Cristo nunca questionou porque o Estado romano não dava apoio ao seu sistema de fé.
O mesmo pode ser dito dos apóstolos. Eles são sempre retratados como sendo perseguidos por judeus ou pagãos, mas nunca como perseguidores daqueles que anunciam outra fé. Isso é evidenciado em Atos 19, quando os pagãos de Éfeso se revoltam contra a pregação de Paulo:
O tumulto é encerrado pelo escrivão de Éfeso, que apazigua a multidão afirmando o seguinte:
Igreja e Estado são esferas distintas
Por que nem Jesus e nem os apóstolos reivindicam o apoio do Estado para a pregação evangélica? Uma das razões é dada pelo próprio Cristo: dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Convém aqui reler essa história:
Embora a separação entre o Estado e a Igreja seja um conceito posterior, creio que ele pode ser reconhecido aqui. Jesus não ensina que o Estado não deve obediência alguma a Deus. Afinal, o reino dos céus engloba todas as coisas, inclusive sim os governos. Mas isso não significa que tudo deva ser misturado. Há sim distinções.
Por exemplo, não cabe a Igreja decidir qual o melhor sistema de arrecadação tributária ou se um país deve ou não ter relações diplomáticas com outro. Os cristãos podem opinar sobre isso, mas a decisão pertence ao Estado, o qual, por sua vez, não deve decidir se a doutrina da predestinação é ou não correta. César é César, Deus é Deus.
Sei que aqui eu perdi o apoio de quase todos os calvinistas...afinal, a Confissão de Fé de Westminster, documento ícone da fé reformada, foi feita em um concílio convocado pelo Estado inglês. Contudo, não há base no Novo Testamento para que o Estado se envolva neste tipo de decisão. Esta não é uma questão de Governo, e sim de fé.
A natureza do Reino de Deus
Talvez muitos pensem que as ideias acima expostas ferem o ensino bíblico sobre o reino de Deus. Ele não é o Senhor de todas as coisas? A recusa dos homens em obedecê-Lo não é um pecado? Sim e sim, digo eu. Mas daí a querermos forçar o Estado a adotar leis bíblicas vai uma grande diferença.
Por quê? Ora, por causa da natureza presente do reino de Deus? Observe o que diz Jesus no momento em que ele é preso, como narrado em Mateus 26:51-54.
Essa mesma ideia é repetida por Jesus quando ele é confrontado por Pilatos em João 18:33-37.
Pois um ourives, chamado Demétrio, que fazia, de prata, nichos de Diana e que dava muito lucro aos artífices, convocando-os juntamente com outros da mesma profissão, disse-lhes: Senhores, sabeis que deste ofício vem a nossa prosperidade e estais vendo e ouvindo que não só em Éfeso, mas em quase toda a Ásia, este Paulo tem persuadido e desencaminhado muita gente, afirmando não serem deuses os que são feitos por mãos humanas. Não somente há o perigo de a nossa profissão cair em descrédito, como também o de o próprio templo da grande deusa, Diana, ser estimado em nada, e ser mesmo destruída a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo adoram. Ouvindo isto, encheram-se de furor e clamavam: Grande é a Diana dos efésios! Foi a cidade tomada de confusão, e todos, à uma, arremeteram para o teatro, arrebatando os macedônios Gaio e Aristarco, companheiros de Paulo. (Atos 19:24-29)
porque estes homens que aqui trouxestes não são sacrílegos, nem blasfemam contra a nossa deusa. (Atos 19:37)É muito interessante notar isso no Novo Testamento. O desejo dos cristãos é o de terem liberdade para pregar a Palavra sem correrem o risco de serem presos. São os outros...os judeus e os pagãos quem buscam usar o Estado para prender os cristãos e impedir a disseminação da fé cristã. Os discípulos não cometiam sacrilégios nem blasfemavam contra Diana, embora deixassem claro que ela não era uma deusa de fato. Isso mostra uma busca pela liberdade religiosa, e não pela uniformidade religiosa.
Igreja e Estado são esferas distintas
Por que nem Jesus e nem os apóstolos reivindicam o apoio do Estado para a pregação evangélica? Uma das razões é dada pelo próprio Cristo: dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Convém aqui reler essa história:
Naquela mesma hora, os escribas e os principais sacerdotes procuravam lançar-lhe as mãos, pois perceberam que, em referência a eles, dissera esta parábola; mas temiam o povo. Observando-o, subornaram emissários que se fingiam de justos para verem se o apanhavam em alguma palavra, a fim de entregá-lo à jurisdição e à autoridade do governador. Então, o consultaram, dizendo: Mestre, sabemos que falas e ensinas retamente e não te deixas levar de respeitos humanos, porém ensinas o caminho de Deus segundo a verdade; é lícito pagar tributo a César ou não? Mas Jesus, percebendo-lhes o ardil, respondeu: Mostrai-me um denário. De quem é a efígie e a inscrição? Prontamente disseram: De César. Então, lhes recomendou Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, admirados da sua resposta, calaram-se. (Lucas 20:19-26)O ardil era esse: se Jesus dissesse que o imposto deveria ser pago, então Ele se colocava ao lado dos romanos e desagradava aos judeus. Se dissesse que não deveria ser pago, então os judeus se agradariam, mas Jesus poderia ser acusado diante dos romanos. O Mestre evita a resposta, ensinando que o povo deve dar a César o que é de César (respeito às leis, pagamento de impostos) e a Deus o que é de Deus (fé, adoração, devoção, o controle da vida).
Embora a separação entre o Estado e a Igreja seja um conceito posterior, creio que ele pode ser reconhecido aqui. Jesus não ensina que o Estado não deve obediência alguma a Deus. Afinal, o reino dos céus engloba todas as coisas, inclusive sim os governos. Mas isso não significa que tudo deva ser misturado. Há sim distinções.
Por exemplo, não cabe a Igreja decidir qual o melhor sistema de arrecadação tributária ou se um país deve ou não ter relações diplomáticas com outro. Os cristãos podem opinar sobre isso, mas a decisão pertence ao Estado, o qual, por sua vez, não deve decidir se a doutrina da predestinação é ou não correta. César é César, Deus é Deus.
Sei que aqui eu perdi o apoio de quase todos os calvinistas...afinal, a Confissão de Fé de Westminster, documento ícone da fé reformada, foi feita em um concílio convocado pelo Estado inglês. Contudo, não há base no Novo Testamento para que o Estado se envolva neste tipo de decisão. Esta não é uma questão de Governo, e sim de fé.
A natureza do Reino de Deus
Talvez muitos pensem que as ideias acima expostas ferem o ensino bíblico sobre o reino de Deus. Ele não é o Senhor de todas as coisas? A recusa dos homens em obedecê-Lo não é um pecado? Sim e sim, digo eu. Mas daí a querermos forçar o Estado a adotar leis bíblicas vai uma grande diferença.
Por quê? Ora, por causa da natureza presente do reino de Deus? Observe o que diz Jesus no momento em que ele é preso, como narrado em Mateus 26:51-54.
E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, sacou da espada e, golpeando o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe a orelha. Então, Jesus lhe disse: Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão. Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim deve suceder?Repare que a espada não foi usada de modo arbitrário pelo apóstolo Pedro. Jesus estava para ser preso, uma turba com espadas e porretes ameaçava os apóstolos. Pedro quis apenas defender o seu Mestre. Mas Jesus reprovou essa atitude. Quem lança mão da espada (violência) perecerá por causa dela. Se o Cristo quisesse, poderia rogar ao Pai para ter a defesa de anjos. Porém, a espada angelical não era o caminho de defesa do reino.
Essa mesma ideia é repetida por Jesus quando ele é confrontado por Pilatos em João 18:33-37.
Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta pergunta ou to disseram outros a meu respeito? Replicou Pilatos: Porventura, sou judeu? A tua própria gente e os principais sacerdotes é que te entregaram a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.A violência e a coerção não irão promover o reino de Deus, que só se manifestará de modo plenamente visível neste mundo quando Cristo voltar. Por isso Jesus diz que seu reino não é terreno: não há exércitos ou ministros para defendê-lo. O objetivo de Jesus era o de dar testemunho da verdade. A testemunha busca convencer, mas quem pode impor a sentença é o Juiz. E a vinda de Cristo como Juiz está no futuro.
Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão, os quais hão de prestar contas àquele que é competente para julgar vivos e mortos; pois, para este fim, foi o evangelho pregado também a mortos, para que, mesmo julgados na carne segundo os homens, vivam no espírito segundo Deus. (1 Pedro 4:4-6)Chegará sim o dia em que a verdade será manifesta e todos serão julgados, o dia em que todo aquele que rejeitou a Cristo sofrerá a pena por sua rebeldia. Mas, até lá...o dever da igreja não é o de antecipar a execução do juízo, mas sim o de testemunhar a favor da verdade. Testemunhar não é forçar ninguém a acreditar ou seguir, é tentar, da melhor forma possível, convencer os demais a crerem em nosso testemunho.
O mundo é incapaz de seguir a Deus
Mas, de todos os argumentos, o melhor para combater a ideia de uma teocracia cristã é o primeiro ponto do calvinismo: a depravação total. Por esta doutrina, o homem é simplesmente incapaz de, voluntariamente, seguir a Deus. Se o ser humano não for alcançado pela graça de Cristo, servir a Deus é algo impossível a ele, mesmo que o Estado tente obrigá-lo:
Então, os cristãos devem cruzar os braços e deixar o Estado aprovar leis que ferem a Bíblia? Não! De modo algum. Devemos lutar, nas ruas, no Congresso, na Internet, onde for preciso para influenciar o mundo a seguir o Evangelho.
Para influenciar, não para impor.
Creio que este é o modelo bíblico de conduta política para os cristãos. Homens como José, Daniel e Mordecai não tentaram convencer o Egito, a Babilônia e a Pérsia a adorarem ao Deus de Israel. Eles influenciaram impérios a se adequarem às leis de Deus por meio de seus comportamentos e atuações políticas. No caso de Daniel e seus amigos, além de Mordecai, vemos que foram decisivos para impedir que os judeus fossem forçados a idolatria ou que fossem massacrados pelos caprichos da nobreza. Foram instrumentos de Deus em impérios que, guardadas as proporções, eram sociedades plurais.
Ao meu ver, o caminho continua sendo esse. O chamado de Deus para a Igreja é viver em um mundo plural e tentar influenciá-lo de todos os modos, mas sem impor a sua vontade. O objetivo dos cristãos é convencer a sociedade a obedecer a Deus...e não o de obrigá-la a fazer isso.
Os cristãos precisam entender que este mundo não é perfeito. Nossas decisões políticas, econômicas e sociais devem levar em conta as imperfeições do estado atual da criação: por isso é que existem policiais, soldados, leis penais e democracia. Seria ótimo viver em um planeta onde todos seguem a Deus! Mas isso não vai acontecer até Jesus voltar. Então, não adianta forçar o caminho nessa direção.
Precisamos aceitar o mundo como Deus quis que Ele fosse. E, para isso, é necessário aprender a conviver com os diferentes. Não há caminho melhor do que um onde exista liberdade de religião, de pensamento e de expressão. Não há caminho melhor do que o enfrentamento democrático e pacífico. Se, pela democracia, o Brasil escolher servir a Deus, ótimo! Mas, mesmo assim...as liberdades precisariam ser garantidas.
Que possamos refletir no ensino bíblico de Romanos 14:12.
Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas o que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” (Romanos 8:5-8)Ora, se os que estão seguindo o pendor (inclinação) da carne não podem estar sujeitos à lei de Deus e não são capazes de agradar a Deus, no que adiantaria criar uma teocracia cristã? Ela seria inútil! Não é isso que tornará o Brasil um país melhor. E isso se torna óbvio quando lemos o que a Bíblia diz sobre a lei de Deus:
Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus. (Hebreus 7:18-19)A lei de Deus não tem o poder de aperfeiçoar as pessoas e, por extensão, a sociedade. O Brasil só será transformado por meio da salvação dos brasileiros, da criação de novos homens que nascem segundo Cristo Jesus e, voluntariamente, seguem a lei de Deus. Só que isso não é uma obra do homem, mas sim de Deus. Um novo ser humano é algo que só Cristo pode fazer:
Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem. (Hebreus 10:1)
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (2 Coríntios 5:17)Qual a solução?
Então, os cristãos devem cruzar os braços e deixar o Estado aprovar leis que ferem a Bíblia? Não! De modo algum. Devemos lutar, nas ruas, no Congresso, na Internet, onde for preciso para influenciar o mundo a seguir o Evangelho.
Para influenciar, não para impor.
Creio que este é o modelo bíblico de conduta política para os cristãos. Homens como José, Daniel e Mordecai não tentaram convencer o Egito, a Babilônia e a Pérsia a adorarem ao Deus de Israel. Eles influenciaram impérios a se adequarem às leis de Deus por meio de seus comportamentos e atuações políticas. No caso de Daniel e seus amigos, além de Mordecai, vemos que foram decisivos para impedir que os judeus fossem forçados a idolatria ou que fossem massacrados pelos caprichos da nobreza. Foram instrumentos de Deus em impérios que, guardadas as proporções, eram sociedades plurais.
Ao meu ver, o caminho continua sendo esse. O chamado de Deus para a Igreja é viver em um mundo plural e tentar influenciá-lo de todos os modos, mas sem impor a sua vontade. O objetivo dos cristãos é convencer a sociedade a obedecer a Deus...e não o de obrigá-la a fazer isso.
Os cristãos precisam entender que este mundo não é perfeito. Nossas decisões políticas, econômicas e sociais devem levar em conta as imperfeições do estado atual da criação: por isso é que existem policiais, soldados, leis penais e democracia. Seria ótimo viver em um planeta onde todos seguem a Deus! Mas isso não vai acontecer até Jesus voltar. Então, não adianta forçar o caminho nessa direção.
Precisamos aceitar o mundo como Deus quis que Ele fosse. E, para isso, é necessário aprender a conviver com os diferentes. Não há caminho melhor do que um onde exista liberdade de religião, de pensamento e de expressão. Não há caminho melhor do que o enfrentamento democrático e pacífico. Se, pela democracia, o Brasil escolher servir a Deus, ótimo! Mas, mesmo assim...as liberdades precisariam ser garantidas.
Que possamos refletir no ensino bíblico de Romanos 14:12.
Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.Que assim seja. Amém! Soli Deo Gloria!
Esse foi um dos melhores textos que eu já li nos últimos anos. Que Deus continue a te abençoar japa.
ResponderExcluirBeijo.
Caro Helder,
ResponderExcluirParabéns pelo excelente artigo, concordo com tudo o que você escreveu, e olha que também sou calvinista.... rs. Como você cita Daniel no final, permito-me apenas acrescentar a atitude de Sadraque, Mesaque e Abedenego que, diante da condenação injusta da teocracia imoral e pagã de Nabucodonosor (Daniel 3:15-19), se recusaram a se defender diante do rei, e lhe disseram que a vida deles estava nas mãos de Deus e não do déspota. Se Deus quisesse que eles morressem na fornalha, eles morreriam, se não quisesse, não morreriam. Deu no que deu...
Temos a feliz oportunidade de viver em uma época em que podemos conviver democraticamente com uma diversidade de pessoas e opiniões que nos permitem exercermos nossa cidadania respeitosamente, apoiando tudo aquilo que concorda com nossos valores cristãos, e protestando e votando contra tudo o que lhes é contrário, e isso contribui para que aprendamos o que é tolerância.
Aliás, se me permite um pequeno delírio consciente, tolerância, a exemplo da graça, não é sinônimo de libertinagem ou permissividade. Desconfio que muita gente é doentiamente intolerante com os outros porque não aprendeu a ser tolerante consigo mesmo. Logo, a conclusão a que chego a respeito deles é que também não entenderam muito bem (ainda) o que significa a graça de Deus.
Abraço!
Caro Helder,
ResponderExcluirAcho que você conseguiu captar tudo que eu estava tentando botar no papel... Acho que nem vou precisar mais fazer isto.
Ao irmão identificado por "Internautas Cristãos", gostaria também de ser franco: mandar os outros estudar não é a forma mais recomendada de se discordar de outra pessoa, nem a forma mais humilde. Primeiro porque não mostra o erro do texto acima, então não consegue convencer ninguém que estudar teonomia e reconstrução cristã vai oferecer uma resposta à questão. A teonomia e a reconstrução cristãs são pontos de vista corretos? Por que tenho que recorrer a estes dois pontos como se a verdade deles estivesse provada para todos aqui? Acho que a teonomia pode muito bem ser aplicada em um estado cristão, um estado teocrático. Mas tal estado não existe, e um cristão não é cristão quando obriga as pessoas a serem cristãs. Elas devem ser cristãs por que foram convencidas disto.
Acho sim, que o irmão Helder conseguiu extrair muito bem o que os textos tinham a falar sobre o cristão e o Estado. Cristo se absteve de falar alguma coisa sobre o imposto de César.
Sr. Internautas (dá até vontade de arriscar pra ver se não é o J.F.I., mas deixa pra lá),
ResponderExcluirSe minha visão política é anti-bíblica e eu desconheço o assunto, então, prove. É típico de quem não tem o que dizer fazer acusações sem argumentos. Aliás, essa estratégia é muito usada por grupos que flertam com o totalitarismo, como é o caso do PT no Brasil.
Se sou ignorante, não me furto a discutir o assunto com argumentos. Expus aqui vários textos e levantei vários argumentos para refutar a teocracia cristã. Coloque os seus.
Agora, a face mostrada aqui não foi a do diálogo. Foi uma meio totalitária, algo do tipo "os ignorantes deveriam se calar, porque não têm como se aventurar no debate". Eu não penso assim. Jesus chamou alguns ignorantes pescadores e teve paciência de ensiná-los para que eles se tornassem apóstolos.
Só posso dizer que o seu comentário, infelizmente, mostra um retrato perigoso da teocracia.
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Hélio,
ResponderExcluirAcho que os cristãos precisam aprender a agir de modo conveniente em cada esfera de ação. Por exemplo, em se tratando de doutrina o rigor deve ser maior...a heresia não deve ser tolerada. Mas na sociedade de uma forma geral é impossível não conviver com a heresia, a idolatria, a blasfêmia...e a teocracia não é solução.
Concordo com você. Tolerância não é permissividade ou libertinagem. Pena que nem todos veem isso.
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Ivonete e Gustavo,
ResponderExcluirObrigado pelas palavras de apreciação e apoio. :-)
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Helder,
ResponderExcluirO Senhor Deus seja contigo!
Nunca o havia lido anteriormente e encontrei-o através do blog "Ministério Beréia", que acompanho.
Parabéns pela clareza e objetividade do texto e, sem dúvidas, você conseguiu expressar algo que já estava pesando em meu coração nesses dias onde as manifestações poliítico-eclesiásticas tomam todas as mídias de assalto.
Como não republico textos de outros autores, citei-o em meu blog especialmente dedicado a isto, porém gostaria de pedir que lesse também um de meus artigos, relativo ao modo sem alternativas como estão nos impondo a biometria, que não passa de uma "versão beta" da futura marca que está profetizada na Palavra:
http://teophilo.info/diversos/biometria.php
Se concordar e puder, de qualquer forma, colaborar com esta idéia e com o abaixo-assinado que criei... desde já agradeço muito!
A graça e a paz sejam contigo!
Helder, meu querido confrade!
ResponderExcluirPrimeiro algumas palavras que me forço a dizer. Fico absolutamente deprimido com as manifestações do Tiago. Claro que ele poderia discordar e nos apresentar suas razões. Já não concordamos com elas, mas não é isso o que deprime. Deprime a mesma atitude que vi ocorrer no RVJ quando da discussão sobre cheunguianos... Três constatações bastam:
1) Tiago: "Por que, como calvinista que afirma ser, não citou ... a fundação puritana dos Estados Unidos ou o reino teocrático dos tempos bíblicos?". Helder: "A História está cheia de exemplos, ... até mesmo experiências puritanas de criar colônias nos Estados Unidos onde haveria uma única religião.". Isto por si só depõe contra o tipo de leitura que se faz.
2) O velho cheunguianismo: "Quem não quer uma teocracia cristã é rebelde contra Deus", "Dizer-se cristão e rejeitar a teocracia cristã é contraditório e, ou você é um cristão confuso ou nem sequer é cristão.". Este "argumento" é tudo quanto abomino em Cheung e seus seguidores: se você não concorda comigo, você é antibíblico e nem mesmo é cristão.
3) Desesperei-me no RVJ com o, digamos, "fogo amigo" do apelo à autoridade infantil e do ilógico ad hominen. Por que não me surpreendo com o "recomendo que estude mais sobre teonomia"?
Sabe, sei bem que há certas animosidades blogosfera afora e o que direi afetará alguns. Não me importo. O Jorge, por exemplo, em muito pensa como o Tiago. Nós nos opomos fortemente em certos casos. Mas tenho imenso respeito por ele, mesmo pelo que diz, ainda quando nos opomos. Com muita tristeza não posso dizer o mesmo do Tiago.
(continua... mas em outros ares...)
Quanto ao texto...
ResponderExcluirMeu, tenho lá minhas reservas com a "democracia". Primeiro porque não é uma de fato e termos como "representativa" não ajudam em nada. A mim parece haver aristocratas demais. Alternativa? Sei lá! Talvez uma aristocracia de fato! Não, não me farei de sábio ou de um hábil político (ou mesmo de um bom conhecedor do assunto). Nem vou fingir que já li o que outros que pensavam melhor que eu escreveram. Mantenho-me bastante ignorante. Mesmo assim, desconfio disso que chamamos "democracia".
Do mesmo modo, desconfio do termo "plural". Vá lá, estamos a falar de liberdades individuais. Verdade que já disse que sua leitura depõe contra si, mas o termo está carregado de uma conotação de "tolerância, secularismo, pluralismo e 'politicamente correto'".
Agora, o que mais concordo com seu texto, é que deveríamos combater o bom combate para termos leis que reflitam a Lei pelo cristianismo, mais que dos legisladores, do povo. Uma imposta teocracia é o mesmo que a solução comunista (ou qualquer coisa dessas esquerdas): desesperamos da fé num Deus que intervém e a colocamos no Estado-Todo-Poderoso e suas leis de "igualdade" e "amor".
Cristãos fortes e maduros é o que precisamos. De argumentos com a força de nossa fé e do intelecto que Deus nos deu. Não fingirei, também, conhecimento escatológico. Mas só então teremos, aqui e agora, imagens do Reino. E assim se isto for Seu conselho.
Ah, quer seja, quer não: maranata!
No amor do Soberano,
Roberto
PS: Ah, sim, claro: gostei deveras do texto!
Tiago,
ResponderExcluirQuando você aprender a ler eu falo contigo.
A propósito, você é muito ruim de ironia!
A propósito também, detesto a falta de gosto pelo belo!
A Deus a glória!
Roberto
Tiago,
ResponderExcluirSeus comentários me deixaram feliz por vários motivos.
1) Foi um alívio ver que não era o Jorge Isah. Já estava me perguntando como ele perdeu tanto a capacidade de debater. Obrigado pelo alívio!
2) Sua postura de "não vou responder todos os pontos aqui" e seu primeiro comentário sem argumentos mostram que sua ideia não vai longe. Quem quer se meter na política e não discute nem debate com os outros...quem não sabe dialogar com o diferente e nem tem paciência para convencer...com certeza não atrairá muitos adeptos. Aliás, seu elitismo é de fazer inveja à qualquer representante da direita brasileira. E a arrogância de sua fala é de se ensinar a José Dirceu e Franklin Martins. Parabéns!
3) Sua atitude, de certa forma, confirma minhas suspeitas. Sem paciência para dialogar e convencer os outros a te seguirem, sua proposta só se torna factível com algo como...um golpe de Estado! Sinto um cheiro totalitário no ar.
4) Ah sim...mas a razão que mais me deixou feliz foi perceber que você não entendeu o que escrevi. Isso fica nítido na sua conversa com o Roberto. Mas isso fica pro próximo comentário.
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Tiago,
ResponderExcluirPor que você não entendeu o que escrevi? Simples.
1) Se você acha que escrevi só para rebater o PRTC, você está profundamente enganado e arroga a si uma importância maior do que a te dou. Combato todos os evangélicos que querem, via PRTC ou não, implantar uma teocracia. Leve isso em consideração na hora de ler as minhas críticas.
2) Não nego o governo de Deus sobre todas as coisas. Aliás, em mais de um momento digo que os Estados fazem parte do reino dos céus, ou seja, estão debaixo do governo de Deus. Não neguei, em momento algum, que Deus governa e dirige todas as coisas.
Agora, quando você mesmo fala em teocracia, você não se refere às doutrinas da soberania e da Providência. Você deseja uma forma VISÍVEL dessa realidade, um governo que se defina como teocrático. O termo "teocrático" do PRTC deve ser entendido assim.
Eu não sou contrário ao governo de Deus; sou contrário a esse desejo errado de querer um governo formalmente teocrático, a ponto de defender "a criação de conselhos formados por juristas, teólogos e exegetas, que empreenderão revisão completa das leis federais, estaduais e municipais de forma que estas reflitam os mandamentos de Deus expressos nas Escrituras Sagradas".
Até por que, se Deus quiser isso agora, Ele faria, não é mesmo? Não faz porque não quer. E porque, ao meu ver, a Bíblia mesma mostra que o governo visível e formal de Cristo é só na consumação dos tempos. Como, aliás, tentei demonstrar em meu texto.
Logo, você me acusa de um pecado que não cometo ao dizer "Quem não quer uma teocracia cristã é rebelde contra Deus, e desafia Seu governo. Na verdade, todo o universo está debaixo de uma teocracia cristã, a única diferença entre os cristãos e os não-cristãos é que os cristãos reconhecem o governo de Deus, enquanto os outros o negam e rejeitam."
A não ser, é claro, que você use os termos como melhor lhe apraz. Postura que orna muito bem com a "fina flor" da esquerda antidemocrática. Que também é chegada em conselhos, diga-se de passagem.
3) Sou mesmo favorável à democracia por uma razão muito simples: a obediência a Deus, como você deseja, é algo só possível aos eleitos. Lei sem Cristo vai produzir é uma multidão de fariseus e uma sociedade condenada pelo próprio Senhor. Que pena que você não enxerga isso quando lê os Evangelhos.
Quanto à surpresa, a única surpresa que tive com você era a de que eu esperava alguém mais preparado. Que entendesse o que os outros leem, que soubesse argumentar e que estivesse disposto a debater ideias. Mas, de radicais cegos como você (há os radicais que veem, mas não é o seu caso), não devia ter esperado mais.
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Roberto,
ResponderExcluirNa verdade eu não vejo uma outra alternativa. Como disse no texto, a igreja deve entender que esta sociedade não é e nem pode ser perfeita. Nossas escolhas políticas devem ter em mente uma realidade caída e ajustar-se ao possível. Neste ponto, diria que sou um realista pragmático.
Não é saudável deixar hereges falarem livremente suas ideias. Mas...é um mal menor do que dirigir o que deve ser dito. Até porque o risco dos "calados" serem "os cristãos" é considerável, como podemos ver na China, Coreia do Norte e Cuba. Então, busco o menor dos males.
E aí o politicamente correto some. Sim, os gays são livres para lutarem pelo direito de se casarem e adotarem crianças. E nós somos livres para dizerem que isso é um absurdo pecaminoso. Democracia, de fato, é isso.
A aristocracia até seria aceitável. Desde que os aristocratas que decidem possam mudar de ideia. Mas, na prática, ainda acho a democracia melhor. A verdadeira. Não essa pouca vergonha que temos no Brasil, na Venezuela, na Argentina...
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Teóphilo,
ResponderExcluirAgradeço as palavras. Quanto à biometria, embora ache perfeitamente factível que a marca da besta (se os futuristas estiverem corretos) envolva algo biométrico...não pretendo barrar esse avanço tecnológico. Por quê?
1) Porque biometria, por si só, é neutra, assim como informática e outras tecnologias. Aliás, a biometria, bem usada, pode sim ser um instrumento útil para a sociedade, por exemplo, para evitar a falsificação de vistos, passaportes e documentos. Se os futuristas estiverem corretos, não só a biometria, como uma série de outras tecnologias (internet, inclusive) serão usadas pelo anticristo. Devemos, por causa disso, viver como os amish?
2) Se os futuristas estão corretos, não há como impedir o governo da besta. Profecias certas e líquidas se cumprem, independente de nossa colaboração.
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Helder, caríssimo!
ResponderExcluirVocê responde mais ao Tiago que a mim, mesmo que me dirija palavra!
Mas, quanto ao que realmente me toca, sei lá, devo estar ávido por uma purificação, uma redenção terminológica.
Quer saber? Talvez gostasse de democracia. Mas quereria um lugar bem mais, digamos, reduzido em área e mesmo em povo! E, é claro, por outro lado, como poderíamos dizer quem são os melhores? Isto é apavorante!
Enfim, este mundo caído só tem uma solução: redenção. No Cristo! Assim, volto à carga: é de cristãos maduros e fortes o que precisamos!
No Santo,
Roberto
Achei bem coerente a analise feita aqui sobre a proposta do PRTC ( não tinha lido nada contra isso até agora)
ResponderExcluirem linhas gerias, concordo com a critica de que a "Ditadura do 50% mais 1" é ruim, mas qual é a alternativa a ela nas questões Não morais ( tipo, sobre implantação de um posto de saúde, ou destinação de verbas aos Estados, etc etc)
mais: no caso, as idéias defendidas pelo PRTC (que na verdade deveria ser PCTR, mas....) são muito boas ( eu não concordo com a pena de morte; isso seria exatamente uma das questões que o PRTC diz não defender, as diferenças teológicas sobre certos assuntos), mas elas podem ser aplicadas na prática? usasse Genebra como exemplo: até parece que em Genebra foi o céu na terra, que não tinha problemas lá ( até certos exageros, por sinal)
mas nem é o ponto: o ponto é: estamos querendo implantar o reino de Deus visivelmente agora? estamos querendo restabelecer uma monarquia de Israel nos tempos de Hoje ( só que no caso, republicana?)
mais: achei muito incoerente a afirmação "
O PRTC não pertence nem está ligado diretamente à nenhuma denominação específica. O partido é político, não religioso. Todos cidadãos que concordam com a autoridade da Bíblia, sejam católicos, evangélicos ou de qualquer outro ramo, e mesmo pessoas sem religião, são bem-vindos no partido."
nesse discurso, nega-se que exista a diferença entre religiosos e secular: já se tem como certo que tudo está no âmbito religioso: tá, ok, admitamos isso: ai vc aceita apoio de católicos, espíritas, ateus, desde que eles se comprometam com as causas da Palavra de Deus? eles não querem saber de Deus, mas nós vamos aqui fcar rexzando pela graça comum de Deus para realizar esse projeto politico que já se coloca como o unico legitimo? alguem acha que depois de 20 séculos, com todo tipo de revolução, puritana, gloriosa, americana,m francesa, burguesa, 1848, comunismo, capitalismo, vamos ter um partido realmente teocrático nesse molde? acho que não. me pareceu uma ideia ecumênica demais
Abraços
Armando
Projeto Spurgeon
Helder,
ResponderExcluirHá muito tempo não venho por aqui. Agora vim e me deparei com o ótimo texto, o qual, desejo fazer algumas ponderações.
Não gosto da ideia de um "Partido Teocrata", assim como você, pois não vejo essa iniciativa como "depuradora dos costumes" políticos pátrios, ou sendo capaz de mudar a estrutura política vigente. Assim como discordo com a possibilidade de "institucionalizar" a fé, ou o "governo de Deus" na terra a ser exercido por homens inscritos em um determinado partido que se quer purista (guiado por Deus). Qual seria a diferença curial entre o PRTC e os demais "Partidos secularistas", considerando que todos eles são compostos de homens? Sim, homens caídos! Quem me garantiria a pureza do PRTC? Que atire a primeira pedra...
Concordo que os eleitos de Deus estão por aqui, entre o joio. Vivemos no meio do joio, mas obrigatoriamente não nos contaminamos com o joio (Salmo 1). Não me convence a teonomia, menos ainda a ideia do reconstrucionismo, pois, como disse alhures, sou mesmo um pessimista.
Os fariseus, recordem, esperavam um grande Rei, que viria com imenso poder e instumentalizaria o seu governo "teocrático" em Israel. Veio, porém, um carpinteiro, nascido em uma manjedoura. E eis que o "povo da promessa", da descendência de Abraão, não creu nele (Romanos 1). Cristo não quis institucionalizar a teocracia quando veio, será que Deus a quer neste momento? Outra pergunta é: por que Deus permitiu que fossem suprimidos os "Juízes", com o advento do reinado de Saul? A resposta é que vivemos em um mundo caído, onde bons e maus se misturam, e não é um partido denominado teocrata que será capaz de mudá-lo.
Se não é boa a democracia, é o melhor que se tem. Não é boa porque o mundo é caído e jaz no maligno. Qualquer forma ou sistema de governo seriam bons em um mundo de eleitos, assim como qualquer forma ou governo não serão perfeitos em um mundo caído, ainda quando se denomine "teocrático". Para mim, com o perdão de melindres, é mais uma ideia , uma teoria, que não se traduzirá em mudança: este país continuará a seguir o seu "rumo", sob o governo de Deus, sem a necessidade de legitimar esse mesmo Deus institucionalizando-o (humanamente) via de um partido, ou de qualquer outra ação humana. Será que Deus necessita disso?
...
continuação...
ResponderExcluirQuanto à intervenção do Tiago (Internautas Cristãos), em contestação ao texto do Helder, sou obrigado a concordar desta vez com o Roberto em relação aos "Cheunguianos", embora reconhecendo que essa hostilidade não se deva a Cheung: o seu argumento é 'ad hominen'! Ora, até parece que você detém a "verdade absoluta" simplesmente por afirmar algo!
A mim, parece que os argumentos do Helder são consistentes, bem elaborados e fundamentados. Estão errados por serem contrários aos do Tiago? Por quê?
Sinceramente, não gosto das intervenções peremptórias, sumárias, incontestáveis - porque normalmente não trazem em si tais virtudes ou qualidades. O diálogo, até onde sei, pressupõe ideias contrárias, admitindo oposição.
Grande abraço a todos.
Ricardo.
Oi Helder,
ResponderExcluirconcordo com vc quanto à toda a idéia de uma Teocracia Cristã baseada na Lei Bíblica, mas tento entender de que forma a sua posição se distinguiria de uma doutrina dos "dois Reinos", de uma forma luterana ou neoluterana.
Vc sabe que para alguns Calvinistas calvinistas nominais a visão cristã de política é simplesmente a separação entre igreja e Estado - o que pra mim corresponde ao mais completo servilismo cultural.
Sei que vc não pensa por aí, mas gostaria de entender a forma como o senhorio de Cristo incide sobre a nossa presença política.
obs: a Liza (?) visitou a gente na Esperança! :-D
Caríssimo Guilherme,
ResponderExcluir"Visão dos dois reinos"? Deixo a tarefa de uma resposta ao Helder. Eu, afinal, sou um péssimo teólogo! E de filosofia sei apenas um tantinho. Cabe-me apenas bem pensar... Lógica e pressupostos bem postos. Nisto concordamos e não precisamos nos cutucar...
Porém, grato por uma rara intervenção sua (sim: cobrança! rs), exponho uma rusga que ainda há entre nós (bem, nem tanto, amo-o, bem sabe, mas o desejo mais propositivo, também bem sabe!). Assim, concordamos que precisamos de cristãos maduros, firmes e atuantes... Mas que me diz de uma proposta formal? Formal e (só para variar) simples (e não simplista). Sinceramente, não espero tal de outro lugar. Não espero tal de outras mentes por aqui. Ainda estou no aguardo...
Bem, estou com saudade tanto de meus confrades e amigos da blogosfera quanto daquele pessoal esquisito de BH. Fale! Quero ouvir!
No amor de Cristo,
Roberto
Ei gente, minha observação é curiosidade mesmo. Achei o post jóia. Perguntei para organizar melhor minhas idéias!
ResponderExcluirEntão Roberto, eu até queria participar mais, mas não dou conta... :-D
Guilherme,
ResponderExcluirNão o tomei por mal. Nem o considerei a cutucar. Eu é que gosto de fazer isso com você!
Mas, bem, uma pena!
NEle,
Roberto
Armando,
ResponderExcluirAcho que os próprios formuladores do PRTC não pensaram em tudo. Por exemplo, seria permitido o culto de outras religiões? Em caso de divergência teológica, quem decide? O povo? Complicado isso.
Quer eles sigam uma via mais ecumênica ou mais restrita...há uma série de questões não respondidas que julgo não terem sido ainda pensadas pelo PRTC.
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Ricardo,
ResponderExcluirAcho que você acertou na mosca. A expectativa de Israel era que o Messias fosse um líder político que os libertasse de Roma. Jesus, deliberadamente, frustrou essa expectativa. O PRTC não estaria indo pelo mesmo caminho dos fariseus do século I?
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Guilherme,
ResponderExcluirConfesso que a minha formação teológica não foi lá primorosa. Passei por três seminários...e em nenhum deles tive que ler uma página de Lutero. Aliás, além da consubstanciação...nenhum professor explicou qualquer outro ponto de vista luterano. Afinal, os "inimigos" a serem vencidos são os arminianos e os pentecostais.
Logo, um tanto envergonhado, digo que é a primeira vez que ouço falar nessa concepção de "dois reinos". Creio que você está muito mais capacitado do que eu a saber se meu ponto de vista é ou não luterano.
Sobre o senhorio de Cristo, vou meio que nas pegadas do Roberto. Cristãos redimidos defendendo pontos de vista bíblicos na política. Mas creio que a liberdade religiosa e correlatas devem ser defendidas sempre. Em minha opinião, elas são necessárias para a fase atual do desenvolvimento da História...até o momento do retorno de Cristo.
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Achei fantástico o texto!
ResponderExcluirDeixo aqui uma citação do Spurgeon:
"Para prevenir para sempre a possibilidade de papistas queimarem protestantes, anglicanos enforcarem padres, e puritanos afogarem quacres, que toda forma de união entre Igreja e Estado seja totalmente abolida, e a lembrança da longa maldição seja apagada para sempre."