“Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre” Sl 136:1
Ao
se aproximar do final do ano, é oportuno falar sobre dar graças a Deus.
Não que este seja o momento para isso, mas porque quase sempre essa
época enseja um balanço de nossas vidas nos últimos meses. E isso deve
nos levar a agradecer a Deus por tudo o que tem sido em nós e que tem
feito por nós.
O salmista diz “rendei graças”.
É um imperativo, uma ordem. Sei que humanistas de plantão logo dirão
gratidão é sincera somente se for espontânea. Controvérsia à parte, o
fato é que a ingratidão revela uma natureza pecaminosa e rebelde. “Porquanto,
tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram
graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios,
obscurecendo-se-lhes o coração insensato” (Rm 1:21). E na medida que o tempo passa, os homens vão se tornando cada vez menos agradecidos, pois “nos
últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão
egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores,
desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes” (2Tm 3:1-2).
Do cristão espera-se que seja agradecido, pois tem um estilo de vida baseado na dependência divina. “Não
andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas,
diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com
ações de graças” (Fp
4:6). Sendo as ações de graças incorporadas ao seu modo de vida, o
crente não é agradecido ocasionalmente, mas em todo tempo, lugar ou
situação, pois reconhece como verdadeiro o mandamento “em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Ts 5:18). E o faz “louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3:16).
O salmista especifica “rendei graças ao Senhor”.
A Bíblia é um livro de ações de graças, pois registra pelo menos 175
agradecimentos sendo feitos. Desses, apenas duas vezes é para pessoas, a
absoluta maioria Deus é o objeto das ações de graça. Não se trata,
pois, de apenas de dizer “dou graças” ou “muito obrigado”, e mas enfatizar que se dá graças a Deus.
Não é mera atitude de gratidão ou cortesia, mas de reconhecimento de
quem Ele é e de que governa todas as coisas pelo Seu poder.
Devemos dar graças “porque Ele é bom”.
E neste ponto devemos nos guiar mais pelo que a Bíblia diz do que pela
avaliação que fazemos do que nos acontece. A Bíblia repete 23 vezes que
Deus é bom, e isto deveria por fim a qualquer dúvida quanto a isso.
Mesmo assim, a Bíblia nos convida dizendo “Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia”
(Sl 34:8). Porém, mesmo Deus sendo bom, coisas ruins podem acontecer, e
acontecem, com os que são objetos de Sua bondade. E não devemos
duvidar, em meio ao sofrimento, da bondade do Senhor. Pois em meio a
pior das adversidades, o Pai está controlando todas as coisas em nosso
favor, tendo a eternidade como horizonte. “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28) e por isso sempre rendemos graças ao Senhor, que é bom, sempre.
Devemos dar graças porque “a sua misericórdia dura para sempre”. Deus não apenas em bom em si, mas é bom para
conosco. E misericórdia é Sua bondade manifesta a nós enquanto indignos
de qualquer favor. Creio que a misericórdia é mencionada aqui porque
muitas vezes pensamos que Deus nos abandonará por causa de nossas
falhas. Pensamos Deus é bom enquanto formos bons. Mas a misericórdia é
amor dirigido a quem não tem mérito algum. E para acentuar isso de forma
a não deixar dúvida, o salmista repete “a sua misericórdia dura para sempre” 26 vezes neste salmo!
Misericórdia
é especialmente aplicável em referência ao nosso destino eterno. Ao ser
eterna, a misericórdia do Senhor nos é dispensada da eternidade passada
à eternidade futura, incluindo aí nossa história na terra. Podemos e
devemos ser sempre gratos ao Senhor, pois mesmo que tribulações intensas
nos sobrevenham, seremos guardados no amor de Deus para a eternidade,
pois Sua misericórdia dura para sempre. Sejamos agradecidos todos os
dias, tornemos pública nossa gratidão a Deus. “Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 136:1).
Soli Deo Gloria
Clóvis Gonçalves é blogueiro do Cinco Solas e escreve no 5 Calvinistas às segundas-feiras.
Graça e Paz, venho expressar minha gratidão a Deus por tudo o que ele tem feito na vida daqueles que em meio as tribulações permanecem fiéis a sã doutrina.
ResponderExcluirÉ para mim uma grande alegria, acessar ao seu blog e ver o que escreve, continue a ser uma benção, e a escrever sempre mensagens de amor e esperança e de edificação, Deixo um faterno abraço e um desejo de um Ano Novo cheio de graça amor e paz, e que se possa lembrar sempre que o próximo precisa de si.
ResponderExcluirEsse é o tipo de artigo que se encaixaria em qualquer bom livro de devocional...quase impossível ler sem lágrimas nos olhos, ao lembrar que mesmo quando falhamos, Ele permanece fiel!
ResponderExcluirAbraços =]
Concordo plenamente com o texto, e que a cada dia possamos reconhecer a soberania de Deus e a nossa dependência diante Dele. Que Deus abençoe ao irmão e seu ministério.
ResponderExcluir