1 de dezembro de 2010

Qual seria o voto de Jesus?

Qual deve ser a postura do cristão do século XXI diante da Lei de Moisés? Aparentemente, essa pergunta interessa apenas a teólogos e não traria nenhuma influência sobre o comportamento da igreja contemporânea. No entanto, diferentes compreensões sobre este assunto levam alguns grupos a defenderem a criminalização de pecados como o adultério e o homossexualismo. A coisa chega a um ponto tal, que o Ministério Cristão Apologético resolveu fazer a seguinte pergunta:
Eu gostaria de perguntar a todos os cristãos, especialmente os calvinistas:

Se houvesse um plebiscito sobre a criminalização do homossexualismo, em que você votaria? (Ministério Cristão Apologético, grifos deles)
O que um cristão, calvinista ou não, deveria responder? Creio que antes de dar uma resposta, devemos olhar para um caso análogo que aconteceu com Aquele que é a base de nossa fé: Jesus Cristo.

Jesus e a adúltera
Se havia alguém que respeitava a Lei de Moisés, esse alguém era Jesus. Como Ele mesmo dizia, Ele veio ao mundo, não para revogar a Lei, mas para cumpri-la, nos mínimos detalhes.
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. (Mateus 5:17-19)
E o que a Lei diz sobre adultério? Que os adúlteros devem morrer.
Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera. (Levítico 20:10)
Então, se alguém apanhado em adultério fosse levado até Jesus, Ele seria o primeiro a cumprir o mandamento e aplicar a pena de morte aos adúlteros, certo? Errado. Veja o que Jesus fez em João 8:2-11.
De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava. Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?

Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo.

Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.

E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava.

Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?

Respondeu ela: Ninguém, Senhor!

Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais. (João 8:2-11)
A visão de ensino de Jesus não se restringia apenas a aulas ou discursos, como muitos pastores e cristãos fazem atualmente. Ser discípulo de Jesus significava aprender por meio da observação do comportamento e das reações do Mestre diante das situações. O Senhor não era apenas um teórico, Ele mostrava na prática como devemos agir.

Tintoretto, Cristo e a mulher apanhada em adultério (1546-48)


Por isso, o episódio da adúltera também é uma continuação do ensino dado por Cristo aos seus ouvintes no templo. Não se trata de uma simples narração, mas sim de um ensino tão autoritativo quanto o Sermão do Monte.

A posição dos fariseus
Inicialmente, vamos considerar a cena. Os escribas e fariseus (as autoridades religiosas da época) levam até Jesus uma mulher surpreendida em adultério. Não sabemos porque apenas a mulher foi levada, se foi porque o homem escapou ou se houve uma discriminação deliberada da parte dos religiosos. Tendo a ficar com a segunda hipótese.

Não contentes em levar a mulher até Jesus, eles expõem a pecadora diante da multidão. Eles obrigam a mulher a colocar-se em pé, para que todos possam vê-la. Não há qualquer preocupação em resguardá-la.

A seguir, eles a acusam e exigem a sua condenação. Em momento algum os escribas e fariseus perguntam se há arrependimento ou oferecem qualquer tipo de perdão. Tampouco há qualquer indício de um julgamento regular, com testemunhas, depoimentos ou juizes. O flagrante dispensaria todas essas formalidades, a justiça deveria ser feita imediatamente.

Em sua argumentação, os escribas e fariseus também apelam para a Bíblia. Aparentemente, o pleito deles era justo, já que respaldado pela Lei de Moisés. Mas a leitura era parcial. Ninguém se lembrou, por exemplo, de que toda a linhagem real de Judá tinha origem em um adultério. Afinal, o rei Davi e a rainha Bate-Seba se uniram depois de um adultério e de um assassinato...e foram perdoados por Deus, embora tivessem seu pecado confrontado e sofressem castigos pelo seu erro. A história está em 2 Samuel 11 e 12. Todos os reis davídicos eram fruto do ventre adúltero, mas perdoado, de Bate-Seba.

Há que se notar ainda que a motivação do coração dos fariseus era pecaminosa. Exteriormente, eles pareciam buscar a glória de Deus e a pureza de Israel. Mas, na verdade, o que eles queriam era acusarem a Jesus, já que, naquele tempo, as condenações à morte só poderiam ser feitas com o consentimento de Roma. Se Jesus apedrejasse a adúltera, poderia argumentar que estava cumprindo uma lei maior, a de Deus, mas teria problemas com os romanos.

As atitudes de Jesus
Contudo, estranhamente, Jesus resolveu ignorar os apelos dos fariseus. Ao invés de atender prontamente à reivindicação ou de recusar imediatamente a demanda, Jesus resolveu se sentar e escrever na areia.

Por que Jesus agiu assim? Creio que essa indiferença sinaliza algo para nós. As acusações intempestivas e o desejo de condenar rapidamente o pecador, esse clamor "santo" por justiça...quando feito à maneira dos fariseus...deve ser ignorado. É algo que parece importante...mas não tanto quanto escrever na terra com o dedo.

Mas os fariseus insistiram, e aí Jesus mostrou uma verdade facilmente esquecida: todos nós somos pecadores. Se alguém não tivesse pecado algum e fosse inculpável segundo o juízo da Lei de Moisés...bom, aí sim essa pessoa poderia começar o apedrejamento da adúltera.

É interessante notar que, neste momento, todos recuaram. Foram acusados pela própria consciência, a começar pelos mais velhos, que tinham mais pecados para se recordar e um pouco mais de experiência. E eu pergunto: se começarmos a aplicar as penalidades civis da Lei, quem escaparia?

Eu mesmo já teria sido condenado à morte. Eu adorava os santos e já convidei evangélicos a fazer o mesmo: morreria. Já amaldiçoei o meu pai: morreria. Se adultério é olhar para uma mulher com intenção impura...nem se a reencarnação fosse real eu teria como pagar esse débito.

Sabe qual é a grande verdade? Nenhum ser humano, exceto Jesus, teria autoridade moral para aplicar as penas civis da Lei de Moisés. Todos nós, cedo ou tarde, tropeçaríamos e pagaríamos pelos nossos erros. A aplicação rigorosa da Lei acabaria com todos nós.

Por essa razão Jesus não atira a primeira pedra. Ele não condena a mulher, mesmo com a determinação da Lei. E aqui, estamos diante de uma escolha. Ou dissemos que Jesus quebrou arbitrariamente a Lei...e aí rejeitamos o Novo Testamento e nos convertemos todos ao judaísmo...ou temos que admitir que em João 8 Jesus revoga as penas civis da Lei de Moisés.

Sim, porque os cristãos são claros em reconhecer que Jesus obedeceu perfeitamente à Lei e que Ele também tinha a autoridade de Legislador. A única forma lógica de conciliar João 8 com a obediência perfeita de Cristo é admitir que Ele considerou inválidas as penas civis, da mesma forma que Ele considerou inválidas as leis sobre alimentos puros e impuros e sobre pessoas puras e impuras.

Por fim, Jesus exortou a adúltera e deu-lhe uma segunda chance. Ele não disse que a mulher era inocente, ao contrário, disse que ela não deveria pecar mais. Agindo assim, Jesus reconheceu que o adultério era um pecado. Nenhuma confrontação extra foi feita...até porque os fariseus foram além do que deveriam. E ao dizer "vá", Jesus legitima a volta da mulher a sua vida. A adúltera teria uma oportunidade de viver e não cair mais no mesmo erro.

O voto de Jesus
Então, quando o Ministério Cristão Apologético pergunta qual deveria ser o voto dos cristãos sobre um plebiscito que propusesse a criminalização do homossexualismo...eu respondo, sem medo de errar: contra.

Por que? Porque eu desejo uma sociedade cheia de pecados e iniqüidades? Não, de modo nenhum. Voto contra porque quando Jesus teve a oportunidade de tratar um adultério de forma criminal, Ele se absteve e perdoou a mulher.

Creio que João 8 é um texto que deve guiar os evangélicos em meio a toda essa polêmica em torno do PL 122, que visa criminalizar a homofobia. Devemos ser contra porque queremos estar do lado de Jesus quando Ele disser aos homossexuais que o homossexualismo é um pecado. Não podemos nos dar ao luxo de nos calarmos sobre o pecado de quem quer que seja, porque Jesus não se calou.

Mas isso não nos dá nunca o direito de querermos levar os homossexuais a tribunais, ou de os expormos ao ridículo, ou de usarmos a Bíblia para pedir que eles sejam perseguidos por sua conduta...porque Jesus achou mais interessante escrever na areia do que ouvir os argumentos dos fariseus. Pra dizer a verdade, se tal plebiscito existisse, creio que Jesus o ignoraria e continuaria a acolher os pecadores.

O real perigo dos fariseus do século XXI
Todavia, o perigo enfrentado por esse tipo de extremismo é real. Em um post anterior, expliquei porque o lado civil da Lei de Moisés caiu. Há quem ache tolerável que evangélicos insistam em aplicar a Lei civil nos dias de hoje, mas vou explicar porque isso é grave.

Em primeiro lugar porque, se tal ideia for aplicada, pessoas podem morrer ou terem suas vidas seriamente prejudicadas. Em João 8, o erro dos fariseus custaria a vida de uma adúltera. Hoje poderia fazer o Brasil condenar várias Sakinehs à morte. Havendo coerência lógica, poderia fazer com que o cristianismo produza várias Asia Bibis, condenadas à morte por idolatria, como ensina a Lei de Moisés. De perseguidos iríamos a perseguidores.

Por fim, por muito menos os apóstolos brigaram com os fariseus de sua época. Para Paulo, se os cristãos se deixassem circuncidar (um ponto da Lei) por motivos religiosos, o escândalo da cruz de Cristo estava desfeito e é como se o sacrifício de Jesus não fosse suficiente para salvar. Em Gálatas 5, ele deixa bem claro que insistir na guarda da Lei é uma persuasão que não procede de Deus e chega a desejar a mutilação dos defensores da circuncisão.
Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei. De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé.

Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor. Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade?

Esta persuasão não vem daquele que vos chama. Um pouco de fermento leveda toda a massa.

Confio de vós, no Senhor, que não alimentareis nenhum outro sentimento; mas aquele que vos perturba, seja ele quem for, sofrerá a condenação.

Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão, por que continuo sendo perseguido? Logo, está desfeito o escândalo da cruz. Tomara até se mutilassem os que vos incitam à rebeldia. (Gálatas 5:2-12)
Quem está na graça, como é o meu caso, não está obrigado a guardar toda a Lei. Eu não procuro nem a justificação diante de Deus e nem a construção de uma sociedade mais justa na Lei, busco na graça de Deus.

Se Paulo foi tão duro com quem insistia que os gentios se circuncidassem, imagine a dureza com que ele trataria quem quer obrigar não-cristãos a viverem de acordo com a Lei de Moisés? Será que ele os chamaria de irmãos?

"Ah, mas esses cristãos que defendem a lei civil em vigor insistem que a salvação é somente por meio de Cristo...são diferentes dos fariseus de Gálatas". Será? Se é assim, então que sigam as exortações de Paulo aos cristãos da Galácia:

1) Entendam que a observância dos princípios da Lei de Moisés não valem nada, que o que vale é a fé que atua pelo amor.
2) Aceitem que persuadir os outros a guardar a Lei é seguir uma persuasão que não vem de Deus, é rebeldia e que, quem insistir nessa perturbação, sofrerá condenação.
3) Parem de exigir a guarda da Lei, já que os que estão na graça estão livres do peso de guardarem toda a Lei.

Essa é a minha palavra, não só para o Internautas Cristãos ou para o Ministério Cristão Apologético, mas para todos os cristãos que insistem em fazer valer o lado civil da Lei de Moisés.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro

24 comentários:

  1. Bom, como os Internautas Cristãos são "pecadores, fariseus e aliancistas extremados", vamos deixar o Greg Bahnsen responder o tópico:

    Teonomia e a Mulher Adúltera

    Agora resta saber se o Helder vai chamar o Bahnsen de pecador, fariseu e
    aliancista extremado também...

    Mas na verdade a opinião do Helder não nos interessa, pois:

    "Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse
    tal está pervertido e peca, estando já em si mesmo condenado." (Tito 3:10-11)

    Ele já foi advertido, e não percebe que atacando a Lei, ele destrói o Evangelho.

    Agora estamos aqui por amor a alguns leitores deste blog que estão sendo induzidos ao erro.

    Até pensamos em postar uma resposta específica em nosso blog, mas aí teríamos
    que linkar o 5calvinistas para explicar, e isso acabaria trazendo centenas de
    visitas para cá, o que este blog não merece, além de ser nocivo aos nossos
    leitores.

    Recomendamos a todos que, antes de continuarem esse debate, leiam o livro:

    A Lei e o Evangelho: A posição Reformada Teonomista

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  2. Tiago,

    Como protestante aprendi que títulos acadêmicos ou fama teológica não valem nada. O que conta não é o que Bahnsen afirma ou qualquer outro teólogo ensinam, mas sim o que a Bíblia afirma.

    Sabia que você ia questionar a legitimidade de João 7:53-8:11. O engraçado é que, de todos os textos disputados, esse é o que há maior concordância, porque tanto liberais (quase todos) como conservadores (ampla maioria) não questionam a autenticidade, mas sim a posição no evangelho de João.

    Contudo, é típico. Quando um texto bíblico não se encaixa na nossa interpretação, a tendência é ignorá-lo. Foi o que você e o Bahnsen fizeram.

    Sobre o perdão que você me deu no post anterior, agradeço, mas, em relação a você, tenho a consciência tranqüila de que não fiz nada errado.

    Ao menos cumpri com a minha parte e disse que "o rei" está nu. Infelizmente não posso vesti-lo, mas a graça de Jesus ainda pode fazer isso por você.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  3. Tiago e demais,

    Por que considera ofensivos os termos "pecadores", "fariseus" e "aliancistas extremados"?
    "Pecadores" todos somos. "Fariseus" se refere a uma leitura literal da Lei, que, pelo que vejo, é o que vocês mesmos dizem fazer, enquanto nós somos "frouxos" demais. E "aliancistas extremados" é nada além de uma classificação teológica.

    Mas para além disso, ainda que tais fossem ofensas, por que considera menos ofensa chamar alguém de herege? Dizer que foi o Helder que começou não ajuda em nada. O ponto é que, se está disposto a falar, deve estar disposto a ouvir.

    Quanto a mim, não me importo em nada que você me chame herege. Não é a você, nem a qualquer teonomista (termo que eu, pessoalmente, considero muito ruim), nem a qualquer homem que devo satisfação, exceto ao Homem Jesus como ao Deus Trino. Assim, ofensa nenhuma tenho a lhe perdoar como nenhuma tenho a lhe pedir perdão.

    A Deus seja sempre a glória,
    Roberto

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  4. “e sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.
    Mas se procurando ser justificado em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não!
    Porque, se torno a edificar aquilo de destruí, a mim mesmo me constituo transgressor.
    Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo;
    Logo, jaó não sou mais eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.
    Não anulo a graça de Deus; pois se a justiça é mediante a lei, segue-se que Cristo morreu em vão.” Gálatas 2:16-21

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  5. Puxa,

    Agora fiquei triste com a posição extremada do Tiago. Que é isso, irmão? Quer dizer que ser teonomista é isso? Chamar irmãos de hereges e aplicar contra eles textos que só se aplicam a quem não é irmão?

    Desculpe, Tiago, fiquei decepcionada mesmo. Não quero coisa alguma com partidarismo. Se ser teonomista é agir assim, causando divisão na igreja por questões não-essenciais, talvez pessoas como o eu e Roberto façamos melhor alertando mais abertamente e mais rigorosamente contra esse erro de vocês, como Helder está fazendo. Se esses são os frutos, eu perco a vontade de olhar a árvore mais de perto.

    Sim, a palavra é essa: estou escandalizada.

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  6. Helder (companheiros),

    Nessa de plebicito, eu não votaria (hehehe)! Acho que a administração errada de uma solução nunca promoverá um resolução adequada...

    Como foi dito aqui o Estado não pode ser o lesgislador da causa de Cristo, isso é papel da Igreja e a única arma que temos é a pregação da Palavra, utilizar de outro expediênte é ir contra a ordem do Senhor.

    Nisso reafirmo homossexulidade é pecado, juntamente como adultério, mentira, porfias e etc., e igualmente são puníveis como Fogo Eterno! E isso eu continuarei a afirmar sempre, com o sem a PLC 122, mas junto a esse anúncio vira também: A mão de Deus não está encolhida para não salvar... e aquele que for até (qualquer um pecador) Ele, de maneira nenhuma será lançado fora.


    No Senhor
    Esli Soares

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  7. Thiago,

    Li o artigo do Greg Bahnsen e notei duas coisas:

    1) Ele fala que somente alguém inocente do pecado particular poderia atirar a pedra. Contudo isso não soluciona o problema, só cria: por que Cristo não atirou a pedra? Pela lógica, a solução seria falar que Cristo adulterou e por isso não poderia atirar a pedra. Contudo imagino que ninguém pense isso.

    2) Ele usa Dt 19:15 para argumentar que somente quem não tinha o pecado particular poderia atirar a pedra. Contudo Dt 19:15 fala:
    “Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado,
    seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se
    estabelecerá o fato”.


    Ou eu não entendi direito ou o versículo não dá base para a afirmação dele.

    Em Cristo,
    Vini

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  8. É exatamente isso Helder,

    A nossa preocupação maior deve ser o compromisso com a verdade. E a Bíblia é a verdade. E não com o que o teólogo A ou B escreve sobre.

    E, apresente os argumentos, Internautas Cristãos. É um tanto desrespeitoso mandar ler um livro pra continuar no debate. Ainda mais quando o post bem estruturado biblicamente.

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  9. O que mais me irrita nisto tudo é o modo como dois cristãos (pelo menos eu acho que são) podem agir assim. O Nozima tratou o Tiago como se ele fosse o Morris Cerullo e o Tiago tratou o Nozima como se ele fosse um apostata. Eu sou totalmente a favor do tebate teológico. Morreria por isso! Mas acho que podemos fazer isso de um modo mais cristão, não acham? Sei que existem momentos que devemos ser duros e gritar: "Raça de Viboras!", mas será que o momento era este? Eu amo o 5Calvinistas e sempre venho aqui, também amo o Internaltas Cristãos e frequento constantemente; mas creio que ambos devem analizar a si mesmo, como bons cristãos bíblicos, e ver se estão agindo corretamente no modo como conduzem o debate.

    Não quero por a tolernancia a cima da verdade, só creio que esse debate não requereria, pelo menos ainda, uma linguagem tão dura de ambas as partes.

    Falo estas coisas por amor a vocês, Nozima e Tiago. Espero que vocês não ignorem as palavras deste garoto. Pelo menos, orem um pouco sobre isto e examinem seus corações. Não é questão de estar certo ou não, mas de amar o errado como irmão em Cristo (a menos que alguém prove que teonomismo é uma questão central da Fé cristã, o que discordo ser).

    No Amor de Cristo que nos une,
    Yago.

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  10. Yago,

    Ser blogueiro é frustrante às vezes, especialmente quando nos parece que o nosso txto não foi lido com calma, que apenas houve uma "passada de olho" por ele. Por que digo isso? Porque eu expliquei neste post (e nos outros, de certa forma) quais as razões que me levam a tratar duramente o Tiago.

    Mas a sua analogia com o Cerullo é interessante. Se o Cerullo deve ser duramente combatido por ser um "falso profeta" que engana cristãos com a Teologia da Prosperidade, enganando a muitos, afirmo que a teonomia é, potencialmente, mais perigosa. Logo, o combate deve ser duro.

    É mais perigosa porque pode afetar não apenas os cristãos, mas toda a sociedade. Imagine, por exemplo, a escravidão. Pelos critérios hermenêutivos do Tiago, a escravidão não é abolida no NT: Paulo dá até instruções sobre a relação entre servos e senhores. Logo, se houver coerência (normalmente não há), os teonomistas deveriam defender a volta da escravidão e deplorar os movimentos abolicionistas.

    Eu sou favorável à pena de morte, mas o Tiago, em um post recente no IC, parece sugerir que ela seja aplicada em todos os casos da Lei. Eu já teria morrido ao menos umas 3 vezes, lógico que eu acho um absurdo esse tipo de proposta! .

    E esse tipo de política, se os teonomistas tiverem sucesso, seria imposto a cristãos e não-cristãos. Pergunto: isso é ou não perigoso? Pra mim, tem um potencial destrutivo maior que Morris Cerullo.

    Mas tem duas coisas que foram ignoradas por todos os que criticaram o meu tom com o Tiago. A mais óbvia é que vocês criticam o meu tom, mas nenhum se doeu pelo tom pesado que ele usou com todos os homossexuais, comparando todos eles com os estupradores de Sodoma. Revolta-me que vocês peguem no meu pé por causa disso e não tenham dito uma palavra de repreensão a ele, mesmo eu tendo dado argumentos em 3 posts do porque o tom dele com os ímpios foi reprovável.

    A segunda coisa ignorada é que Paulo bateria muito mais forte. Os apóstolos foram duros com quem queria que os gentios guardassem a Lei na igreja. Imagine a dureza com que devem ser tratados os que querem obrigar os não-cristãos a guardarem a Lei, usando o Estado pra isso!

    Posso estar errado (não acho que esteja), mas ao meu ver o Tiago vai além do que os fariseus queriam nos dias dos apóstolos. Dentro dessa perspectiva, não é nada errado compará-lo a um fariseu.

    Teonomia é uma heresia menor? Bom, pensando bem, exigir a circuncisão também poderia ser considerado uma falta menor. Mas os apóstolos não pensaram assim. Sendo coerente, devo condenar a teonomia como uma heresia perigosa.

    Agora o que realmente me entristece profundamente é que os críticos só falam no tom: ninguém vem argumentar pra rebater a base bíblica usada (o máximo foi mandar ler o Bahnsen...). Parece que nenhum crítico leu a minha explicação do porquê a teonomia é perigosa.

    O único arrependimento que tenho dessa polêmica foi ter falado em processar o Luciano logo de cara pelo uso indevido da minha imagem, mas já reconheci o erro e pedi perdão. Agora, do tom usado em todos os meus posts com o Tiago, não me arrependo em nada.

    Teria arrependimento é de ler o que ele escreveu dos homossexuais e não ter feito nada, de deixar alguém que fala em nome de "internautas cristãos" igualar todos eles a estupradores e deixar por isso medo. Isso eu não posso fazer, por causa dos homossexuais que devo amar e por causa da honra do nome de Cristo.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  11. Roberto,

    Acho que o Tiago não vai fazer polêmica. Pelo que tenho visto, a abordagem dele é assim:

    1) Ele vem e coloca textos de teólogos e vê quem os aceita. Mas ele mesmo não desenvolve uma argumentação própria...até mesmo no Internautas Cristãos, os posts dele de teonomia invariavelmente terminam com os links. Não vejo um esforço de traduzir, usando palavras próprias, o pensamento teonômico.

    2) Quem não aceita e argumenta ganha uma ou duas respostas genéricas, sempre no blog dele, nunca aqui. Se não há aceitação, também não há debate: quem rejeita as ideias é admoestado e deixado de lado.

    Eu tenho até dúvidas se ele realmente está lendo os comentários aqui.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  12. Norma, Nayana e Cleber,

    Obrigado pela solidariedade.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  13. Vinicius,

    Eu achei fraco o argumento do Bahnsen sobre Jo 8:7. Todos aqueles fariseus eram adúlteros? Mesmo assim: Jesus teria autoridade para atirar a primeira pedra...e não o fez. Se o texto é autêntico (como creio que é), não tem como "dourar a pílula", é um golpe severo contra a teonomia. Jesus pôde aplicar a lei civil, e não o fez. E há várias razões pra isso. Uma é a de que Jesus pagaria as penas da Lei na cruz em favor de Seus eleitos. A segunda é a de que o juízo dos réprobos por seus pecados contra a Lei só será plenamente executado no Juízo Final.

    A única saída é questionar a autenticidade de João 7:53-8:11. Como o Bahnsen não é tolo, foi a primeira coisa que ele fez.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  14. Esli,

    É isso mesmo. Tal tipo de plebiscito seria condenado e, creio eu, boicotado por Jesus.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  15. Yago,

    "deixar por isso mesmo" e não "deixar por isso medo". Acho que estou ficando disléxico, pensando uma coisa e escrevendo outra. :P

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  16. Nozima,

    Suas considerações foram interessantes. Acho que minha postura mais branda neste debate é mais fundamentada no Teonomismo não influência nossas leis - se influenciasse, eu acho que estaria tratando alguns como Malafaias também.

    Eu tenho minhas considerações neste debate, mas prefitos guarda-las para mim. Acho que os únicos comentários realmente úteis aqui são os exegéticos.

    Oro para que Cristo nos ilumine e nos mostre o Verdadeiro caminho a cada dia.

    Ps1: Relaxe sobre o erro de digitação, eu também erro um bocado quando não faço uma revisão do texto, rsrs.
    Ps2: Você acredita que ser Teonomista é uma evidência de não-salvação?

    Em Cristo,
    Yago.

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  17. Yago,

    Se a sua teonomia não busca influenciar as nossas leis civis...fico curioso para saber como funcionaria, na prática, a sua teonomia. O que ela traria de diferente?

    Sobre a sua pergunta, depende. O arminiano coerente, que leva o arminianismo às suas últimas conseqüências...acaba mostrando não ser salvo. Diria que a teonomia, em formas extremas, torna o teonomista igual ou pior aos fariseus combatidos pelos apóstolos no século I. Ou seja, seria evidência de não-salvação.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  18. Primeiro gostaria de solicitar a todos os irmãos que comentam aqui que tomem cuidado ao se colocarem contra ao cumprimento da Lei como parte da fé de alguns, pois sou Judeu e cheguei a fé em Yeshua (Jesus) através de pessoas que sem preconceitos à minha maneira de expressar a fé me mostraram a verdade contida no Filho de D-us, e como o eu estar debaixo da fé não me impede de continuar a guardar a Lei, pois como Paulo fala em Romanos 7, a Lei é santa, é espiritual, então como que guardar algo que é santo e espiritual pode ser um erro?
    Apenas peço mais compreensão e respeito para com o tema.
    A dispeito do que apregoam os Teonomista a lei tem que ser analisada em seus contextos históricos, políticos e varios outros aspectos, quero dizer com isso que a aplicabilidade da Lei deve ser analisada a partir do que D-us quis incutir no entendimento de realidade do homem quando deu determinado mandamento.
    Quando analisamos o "Novo Testamento" com esta perspectiva vemos que em nenhum momento a Lei foi abolida mas sim plenificada, isto é, o espirito da Lei e não sua literalidade que é expressa de forma sem precedentes pela Palavra Encarnada, Yeshua.
    Neste caso específico da adúltera, compartilho dos estudo que alegam ser este trecho uma inserção posteriori pois não configura em manuscritos mais antigos, além de ter elementos não condizente a prática cotidiana da época, pois indo eu contra ao que os Teonomistas defendem, as Leis que deveriam ser imputadas pelo Estado não podem ser impostas por aclamação mas sim com o sentido espiritual de correção e manutenção da sociedade sob uma determinação Divina que transmite aspectos de seu carater através da doutrinação pela observação de seus ensinamentos e instruções,( abro este parenteses para informar que a palavra Torah que comumente é traduzida indiscriminadamente por Lei, significa em sua raiz etimologica ensinamento e instrução ou até mesmo acertar o alvo).

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  19. continuando.....
    Mas voltando a passagem de João 8, com paralelo a aplicação da Lei de forma civil hoje, precisamos entender que a aplicação da Lei neste casos extremos acontecia em uma corte, um tribunal instituido por D-us como no caso dos 70 que receberam porção do espirito de Mosheh ( Moisés) para julgarem o povo, e historicamente o chamada Beit Din ( Casa de Julgamento) ou o conhecido Sinédrio, e estas pessoa normalmente escolhidas pela aprovação de D-us (não em sua totalidade nos tempos de Yeshua)julgavam os delitos e aplicavam a pena, e que fique claro que ao contrario que aconteceu na passagem em apreço os que cometiam tais delitos não eram julgados de qualquer forma, era necessario provas, no mínimo duas testemunhas, e principalmente o que os condenava ao extremo da pena capital era a reincidência, isto é, a pessoa pega pelo delito a primeira vez tinha atenuações em suas penas e recebia a oportunidade de se redimir e mostrar arrependimento, a segundo vez pega, se examinava as condições que a levaram a praticar o erro, se houve influencias ou se a situação posterior ao primeiro julgamento a desencaminharam para errar novamente, se constatado tais elementos, recebia-se a pena e tambem exilada para que os elementos não mais a influenciassem, e por fim se houver mais uma vez a pratica do erro, isto caracterizava uma má inclinação e perversidade que era punida dai sim com a pena capital, como vemos não era morte por apedrejamento publico a torto e direita mas sim um julgamento de ações que se preocupava com as intensões humanas e suas implicações na sociedade, nos tempos de Yeshua com o domínio Romano esta preocupação se tornou menos vísivel dando-se lugar ao abafamento a situações que insitassem a rebelião, por isso Estevão foi morto com autorização do Sinédrio por meio de Saulo de Tarso e outros representantes ao apedrejamento público.
    Hoje em dia em um Estado Laico, sem preocupações espirituais de mudança da inclinação má do ser humana não caberia a aplicabilidade de tais Leis, pelo mesmo motivo Israel por ter degringolado seu aspecto de nação sacerdotal recebeu o castigo por não cumprir corretamento o mandamento e ter pervertido tal prática, mas isso não significa que as Leis deste tipo foram abolidas, mas que apenas caberão ser usadas em determinado aspecto, um deles no dia do Juizo pois como diz Apocalipse 22,15, ficarão de fora os que praticaram vários delitos, e isso para eles será pior que a pena capital, será a pena espiritual de segunda morte.

    Agradeço o espaço e fiquem na Paz de nosso Senhor, e novamente peço compreensão e respeito a todos.

    Metushelach Cohen

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  20. O pouco que li do teonomismo foi o suficiente para, como a Norma disse, manter-me longe da árvore. O mais impressionate é o tratamento e comentários dados aos que não concordam com eles. Lastimável.

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  21. Metushelach,

    Sobre guardar a Lei, publiquei um post mais recente sobre o que eu considero que deve ser observado da Torah: http://5calvinistas.blogspot.com/2010/12/o-que-devemos-guardar-da-lei.html

    Eu diria que o grande problema é se você cair no mesmo erro dos fariseus da época dos apóstolos. A guarda da Lei não é necessária pra salvação e não deve se exigir de ninguém nada mais do que o cumprimento dos dois grandes mandamentos: amar ao Senhor de todo o coração, alma, força e entendimento e ao próximo como a si mesmo. Compreendendo isso, creio que a observância ou não de vários preceitos da Lei faz parte das questões indiferentes, onde guardar ou não é uma questão pessoal entre o adorador e o Senhor.

    No mais, parece-me que concordamos. A Lei será aplicada no Juízo e hoje em dia devemos nos ater mais ao espírito da Lei, aos princípios, do que às normas em si.

    Sobre João 8...a minha fé na Providência e no zelo com que Deus cuidaria da preservação de Sua Palavra me fazem acreditar que o texto é autêntico.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  22. Diego,

    Diria que os comentários aos não-teonomistas são ruins, mas as conseqüências da implantação da teonomia são ainda piores.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  23. A implantação da Lei de Deus tem consequencias ruins?! Era só o que faltava...

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  24. Rodolfo,

    O que os teonomistas não entendem é que o próprio Deus ensinou na Bíblia que a Lei era um meio provisório, até Cristo. E que, uma vez que Cristo veio, já não estamos mais subordinados ao aio.

    Palmadas são boas para educar crianças. Mas já não são apropriadas para os adultos. A Lei de Moisés, aplicada em sua plenitude, teve sua utilidade em um certo momento. Com a vinda de Cristo, estamos diante de algo bem superior. Pena que você não é capaz de enxergar isso.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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