10 de novembro de 2010

O verdadeiro significado do Jubileu

O primeiro sermão que ouvi na Eastside Baptist Church, em Windhoek, Namíbia, falava sobre Mateus 16:18, quando Jesus diz a Pedro que edificaria a Sua igreja. O pregador disse então uma verdade óbvia, mas que é facilmente esquecida por muitos pastores e teólogos no Brasil. Jesus não veio edificar uma ONG. Não veio edificar uma escola, uma rede de hospitais ou mesmo de serviços sociais e diaconais. O que o Senhor veio edificar é um povo formado por pessoas de várias etnias que viveriam para adorá-Lo e servi-Lo. Um povo que proclamaria o senhorio de Cristo sobre todas as coisas e a cruz e a ressurreição como respostas divinas para a humanidade. Um povo que depositaria sua esperança em Cristo e em Sua obra e não em ONGs, escolas, hospitais e similares.

É muito interessante que eu tenha ouvido isso na África, em um país que conta com 4 desertos e declarou sua independência há apenas 20 anos e não na América Latina. Ao menos aqui, na Namíbia, um pastor consegue perceber qual o verdadeiro chamado de Jesus para a Igreja e se recusa a definir a missão dos cristãos em termos econômicos ou materiais. Contudo, na América Latina, correntes da chamada "teologia latino-americana" insistem em redefinir esse papel, colocando o combate às injustiças e desigualdades sociais como um dever central dos discípulos de Jesus. As estratégias são o combate ao capital, o limite à propriedade e a colocação da diaconia acima do discipulado e até mesmo da adoração litúrgica (culto propriamente dito).
Ano do Jubileu: a convergência entre cristianismo e socialismo?
Um dos argumentos mais usados para apoiar esse ponto de vista (especialmente quanto ao limite da propriedade) é o Ano do Jubileu na Lei de Moisés. O Jubileu seria, em essência, a pregação de um ideal bíblico de igualdade material e distribuição de renda. Um golpe mortal no capitalismo e uma prova de que o acúmulo de propriedades é um pecado.

No entanto, esse tipo de visão distorce o real significado do Jubileu. E aí eu peço desculpas pelo tamanho do texto bíblico que vem abaixo:
Contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. Então, no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta vibrante; no Dia da Expiação, fareis passar a trombeta por toda a vossa terra. Santificareis o ano qüinquagésimo e proclamareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família.

O ano qüinquagésimo vos será jubileu; não semeareis, nem segareis o que nele nascer de si mesmo, nem nele colhereis as uvas das vinhas não podadas. Porque é jubileu, santo será para vós outros; o produto do campo comereis.

Neste Ano do Jubileu, tornareis cada um à sua possessão. Quando venderes alguma coisa ao teu próximo ou a comprares da mão do teu próximo, não oprimas teu irmão. Segundo o número dos anos desde o Jubileu, comprarás de teu próximo; e, segundo o número dos anos das messes, ele venderá a ti. Sendo muitos os anos, aumentarás o preço e, sendo poucos, abaixarás o preço; porque ele te vende o número das messes.

Não oprimais ao vosso próximo; cada um, porém, tema a seu Deus; porque eu sou o SENHOR, vosso Deus. Observai os meus estatutos, guardai os meus juízos e cumpri-os; assim, habitareis seguros na terra.

A terra dará o seu fruto, e comereis a fartar e nela habitareis seguros. Se disserdes: Que comeremos no ano sétimo, visto que não havemos de semear, nem colher a nossa messe? Então, eu vos darei a minha bênção no sexto ano, para que dê fruto por três anos. No oitavo ano, semeareis e comereis da colheita anterior até ao ano nono; até que venha a sua messe, comereis da antiga.

Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós sois para mim estrangeiros e peregrinos. Portanto, em toda a terra da vossa possessão dareis resgate à terra. Se teu irmão empobrecer e vender alguma parte das suas possessões, então, virá o seu resgatador, seu parente, e resgatará o que seu irmão vendeu. Se alguém não tiver resgatador, porém vier a tornar-se próspero e achar o bastante com que a remir, então, contará os anos desde a sua venda, e o que ficar restituirá ao homem a quem vendeu, e tornará à sua possessão. Mas, se as suas posses não lhe permitirem reavê-la, então, a que for vendida ficará na mão do comprador até ao Ano do Jubileu; porém, no Ano do Jubileu, sairá do poder deste, e aquele tornará à sua possessão.

Quando alguém vender uma casa de moradia em cidade murada, poderá resgatá-la dentro de um ano a contar de sua venda; durante um ano, será lícito o seu resgate. Se, passando-se-lhe um ano, não for resgatada, então, a casa que estiver na cidade que tem muro ficará em perpetuidade ao que a comprou, pelas suas gerações; não sairá do poder dele no Jubileu. Mas as casas das aldeias que não têm muro em roda serão estimadas como os campos da terra; para elas haverá resgate, e sairão do poder do comprador no Jubileu.

Mas, com respeito às cidades dos levitas, às casas das cidades da sua possessão, terão direito perpétuo de resgate os levitas. Se o levita não resgatar a casa que vendeu, então, a casa comprada na cidade da sua possessão sairá do poder do comprador, no Jubileu; porque as casas das cidades dos levitas são a sua possessão no meio dos filhos de Israel. Mas o campo no arrabalde das suas cidades não se venderá, porque lhes é possessão perpétua.

Se teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então, sustentá-lo-ás. Como estrangeiro e peregrino ele viverá contigo. Não receberás dele juros nem ganho; teme, porém, ao teu Deus, para que teu irmão viva contigo. Não lhe darás teu dinheiro com juros, nem lhe darás o teu mantimento por causa de lucro.

Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para vos dar a terra de Canaã e para ser o vosso Deus.

Também se teu irmão empobrecer, estando ele contigo, e vender-se a ti, não o farás servir como escravo. Como jornaleiro e peregrino estará contigo; até ao Ano do Jubileu te servirá; então, sairá de tua casa, ele e seus filhos com ele, e tornará à sua família e à possessão de seus pais. Porque são meus servos, que tirei da terra do Egito; não serão vendidos como escravos. Não te assenhorearás dele com tirania; teme, porém, ao teu Deus.

Quanto aos escravos ou escravas que tiverdes, virão das nações ao vosso derredor; delas comprareis escravos e escravas. Também os comprareis dos filhos dos forasteiros que peregrinam entre vós, deles e das suas famílias que estiverem convosco, que nasceram na vossa terra; e vos serão por possessão. Deixá-los-eis por herança para vossos filhos depois de vós, para os haverem como possessão; perpetuamente os fareis servir, mas sobre vossos irmãos, os filhos de Israel, não vos assenhoreareis com tirania, um sobre os outros.

Quando o estrangeiro ou peregrino que está contigo se tornar rico, e teu irmão junto dele empobrecer e vender-se ao estrangeiro, ou peregrino que está contigo, ou a alguém da família do estrangeiro, depois de haver-se vendido, haverá ainda resgate para ele; um de seus irmãos poderá resgatá-lo: seu tio ou primo o resgatará; ou um dos seus, parente da sua família, o resgatará; ou, se lograr meios, se resgatará a si mesmo.

Com aquele que o comprou acertará contas desde o ano em que se vendeu a ele até ao Ano do Jubileu; o preço da sua venda será segundo o número dos anos, conforme se paga a um jornaleiro. Se ainda faltarem muitos anos, devolverá proporcionalmente a eles, do dinheiro pelo qual foi comprado, o preço do seu resgate. Se restarem poucos anos até ao Ano do Jubileu, então, fará contas com ele e pagará, em proporção aos anos restantes, o preço do seu resgate. Como jornaleiro, de ano em ano, estará com ele; não se assenhoreará dele com tirania à tua vista. Se desta sorte se não resgatar, sairá no Ano do Jubileu, ele e seus filhos com ele. Porque os filhos de Israel me são servos; meus servos são eles, os quais tirei da terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. (Levítico 25:8-55)
Este é um texto que traz dois sentidos. Um é o aplicado nos dias do Antigo Testamento, quando a Lei deveria ser guardada por todos. Outro é o sentido atual, contemporâneo, marcado pelo Novo Testamento, quando o texto do Jubileu não deve mais ser obedecido, mas sim os seus princípios.

Um ano de santidade
Surpreendentemente, o significado primário e mais importante do Jubileu não é a igualdade entre todos os israelitas, mas sim a santidade de Deus. A cada 50 anos, um ano deveria ser santificado de uma forma especial ao Senhor, da mesma forma que a cada sete dias da semana, um deveria ser separado ao Senhor.

O paralelo entre o sábado e o Jubileu fica claro quando se vê a proibição de cultivar a terra. A cada sete anos, os israelitas deveriam interromper as colheitas e deixar que a terra descanse. O sétimo ano era como um grande sábado anual e o Jubileu como se fosse o sábado dos sábados.
Os animais e até a terra também precisam de descanso

Tanto o sábado como a terra de Canaã eram santos porque estavam ligados à ideia de descanso. Trata-se do dia e do lugar onde o povo de Israel poderia descansar de seus trabalhos e aflições, desfrutando assim de uma graça divina (sim, o descanso é uma bênção). O descanso também está ligado ao deleite, ao aproveitar o fruto do trabalho.

Mas, acima de tudo, o descanso é ter paz e comunhão com o Deus vivo. Tanto o sábado como a terra de Canaã são símbolos da nova vida dos eleitos quando o Senhor Jesus voltar. Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia:
E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera. E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no meu descanso. Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele e que, por causa da desobediência, não entraram aqueles aos quais anteriormente foram anunciadas as boas-novas, de novo, determina certo dia, Hoje, falando por Davi, muito tempo depois, segundo antes fora declarado: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração. Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso, não falaria, posteriormente, a respeito de outro dia. Portanto, resta um repouso {repouso; ou repouso sabático} para o povo de Deus.Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas. Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência. (Hebreus 4:4-11)
Talvez o Ano do Jubileu seja o símbolo mais poderoso desta realidade, já que, de certa forma, ele reúne tanto o sábado como a terra. Assim ele aponta para a Nova Jerusalém, onde iremos morar pelo mérito de Cristo. Um privilégio que será dado somente aos santos, àqueles que "observam os estatutos e guardam os juízos" de Deus.

Um ano de liberdade
Contudo, Jubileu também é liberdade. Era o ano em que os endividados recuperavam o usufruto de suas terras ou deixavam de ser escravos por causa de dívidas. Era a época de voltar para a propriedade da família e recomeçar. Não importa o tamanho da dívida: ela seria integralmente perdoada, salvo em relação às casas de cidades muradas.

No entanto, isso não representava, de modo algum, uma limitação da propriedade ou mesmo uma medida que visava trazer prejuízo aos credores ou homens ricos. Não se tratava de uma forma de punir a riqueza. Isso é percebido em um detalhe que parece escapar à maioria dos teólogos latinoamericanos: o Jubileu era levado em conta nas transações comerciais.

Se a compra da terra fosse feita muito antes do Jubileu, o preço era mais alto, porque o comprador teria o direito a fazer mais colheitas. Se a compra fosse feita próxima ao Jubileu, o preço era bem mais baixo, porque logo a terra voltaria ao seu proprietário original. O mesmo acontecia com quem se vendia como jornaleiro...a quantia recebida variava de acordo com a proximidade do Jubileu. O perdão de dívidas também não era irrestrito: na venda de casas em cidades muradas o resgate deveria ser feito em um ano. E algumas coisas jamais poderiam ser vendidas, como os campos dos levitas.

Chamo ainda atenção para o fato de que Deus sempre estimula no texto a quitação integral da dívida. Ou o israelita resgataria a si mesmo, ou algum parente deveria fazer isso por ele. O Jubileu é visto como último recurso. A Lei respeita os contratos e considera tanto os credores como os devedores. Além disso, para a maioria das pessoas o Jubileu era uma oportunidade única na vida.

Neste aspecto o Jubileu aponta claramente para Cristo. Todos nós somos devedores em relação a Deus por causa do pecado. Só que esta é uma dívida impagável...nunca teríamos os recursos necessários para quitar o nosso débito. Jesus então vem ser o nosso resgatador e paga a nossa dívida com o Pai.
E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. (Colossenses 2:13-15)
Esse é, na verdade, o pleno significado do Jubileu. Na verdade, todos nós somos os endividados de Levítico 25. Não temos como recuperar o que perdemos: a terra de nossos antepassados (o Éden onde viviam Adão e Eva) e a nossa liberdade, pois nos tornamos escravos do pecado. Pior: nos tornamos devedores em relação a Deus e culpados de morte.

Mas há uma esperança, um resgatador. O Pai, pela sua misericórdia, marcou uma época em que todas as dívidas serão acertadas. Os verdadeiros israelitas, filhos de Deus, serão perdoados porque foram resgatados por Jesus e herdarão de novo o que perderam. Já os estrangeiros, os que não são filhos de Deus, continuarão escravos e sofrerão o castigo de suas dívidas.

O lamentável é que hoje a maioria dos estudos do Jubileu enfatiza apenas o lado material e ignora o ensino mais rico. O verdadeiro jubileu não é o perdão das dívidas deste mundo, mas sim o perdão que nós temos de Deus em relação ao nosso pecado. Isso é o que deveria nortear a nossa leitura de Levítico 25.

Um ano de solidariedade
Mas o Jubileu não fala apenas da salvação. Ele também é um convite para uma vivência cristã marcada pelo amor ao próximo. A tirania e a opressão não devem ter lugar na Igreja.

A base dessa postura de solidariedade é a soberania de Deus. A terra não pertence aos israelitas, pertence a Deus. Por isso a posse não é vendida, e sim o seu usufruto, e de acordo com as regras estabelecidas pelo verdadeiro Dono: o Senhor. Por isso o comprador não deve oprimir ao vendedor: as transações devem ser feitas com justiça, o preço levando em conta a proximidade ou não do Jubileu. E as propriedades dos levitas, daqueles que foram especialmente consagrados para o culto, essas nunca podem ser negociadas.

O mesmo pode ser dito dos israelitas. Os filhos de Israel são servos de Deus, por isso não podem ser escravizados. Mesmo quando eles chegavam ao ponto de se vender a um estrangeiro, deveriam ser resgatados. Se eles se vendessem a um israelita, deveriam ser tratados como um jornaleiro, sem opressão ou tirania. Eles pertencem apenas a Deus.

Este princípio continua válido nos dias de hoje. Os cristãos devem sim ajudar os seus irmãos de fé quando eles empobrecem, por exemplo, vítimas de uma calamidade, como as enchentes que atingiram o Brasil no começo do ano. Mesmo quando eles caem nas mãos de agiotas, penso que a igreja pode sim se organizar para ajudá-los e, claro, educando os fiéis para que não caiam no mesmo erro novamente. Devemos ser solidários com os irmãos em dificuldades.

Da mesma forma, o credor cristão não deve oprimir ao devedor, envergonhá-lo, constrangê-lo, dificultar-lhe a vida. Se ele não quiser perdoar a dívida assim como o Pai fez com ele...deve ao menos tratar com dignidade o devedor e facilitar a negociação da dívida. O ideal é que a dívida seja integralmente paga, mas o credor deve sempre se lembrar que a vida do irmão e a dívida em si...pertencem ao Senhor e não a ele.

Vivendo o Jubileu hoje
Todos os princípios descritos acima continuam válidos e pertinentes para o mundo do século XXI. Os princípios, não os preceitos...é preciso recordar que as ordens de Levítico 25 não estão mais em vigor. Ninguém pode exigir, por exemplo, que um cristão perdoe todos os seus devedores a cada 50 anos ou que o comprador de terras devolva a propriedade no mesmo período. E, ao meu ver, este é o grande erro que os cristãos de esquerda cometem ao ler este texto.

O Jubileu aponta, acima de tudo, na direção de Cristo e da Nova Jerusalém. É, acima de tudo, uma lei que retrata realidades espirituais. Todavia, seus princípios se aplicam também no mundo real em que vivemos. É uma convocação para o amor e a solidariedade, para a mordomia cristã que devemos viver. Trata-se também de um saudável limite ao capitalismo. Liberdade econômica sim, mas com verdadeiro amor ao próximo.

5 comentários:

  1. Irmão. Sei que já estou perturbando com relação a esqueridsmo, rs!Inclusive, vc acabou de demostrar esquerdismo! Mas não porque Stalin foi violento e opressivo, que qualquer um que seja socialista
    (como eu no caso Socialista Libertário), principalmente Critsãos... não queremmos etsas co9isas. Não queremos opressão, estamos casados disto! Nós queremos a não-opressão atravéz de não-opressão. Queremos paz, atravéz da paz. Queremos amor, atravéz do amor e justiça através da justiça! Ler um reformado escrever todas estas coisas me dá um sentimento de esperança muito forte! Me dá a impressão de que muitas conversas com reformados ( e eu sendo um dels) anti-esquerda, foram conversas jogados ao vento por julgarem o comunismo atravéz de estereotipos deixado por aqueles que se dizia comunistas, mas não chegaram nem perto de cumprir. Não é justo eu falar que sou evangélico-exemplo- e me tratarem como se minhas práticas e pensamentos fossem como os da Igreja Universal. Como também não é justo sermos tratados como quem pensa igual a Stalin... Abraços, lindo o que vc escreveu. Não creio que normalmente será assim, porém apenas quando Cristo voltar!Abraços, parabéns!

    - como na as vezes é difícil perceber com que estado de espírito se escreve as coisas, siaba desde já que escrevi normalmente, com muita gratidão ao seu texto!-

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  2. Caro Preso,

    Quero começar dizendo que concordo com as ponderações que o Roberto fez. A esquerda do século XXI não é a mesma do meio do século XX, ela mudou, mas continua distinta da direita. Pra mim vai do PSOL, PCO e similares (extrema esquerda), passa pelo PT (esquerda moderada) até o PSDB (centro-esquerda). Eu me considero como sendo da direita moderada, à direita, por exemplo do DEM (centro-direita). Logo, esquerdismo pra mim não é elogio, heheh.

    Claro que pra uma galera mais de direita o texto foi mesmo esquerdista, mas não acho. De certa forma, a tentativa do meu texto foi fazer uma defesa de um capitalismo com mordomia cristã, como disse o Roberto. Algo que, reconheço, se um dia for real, só será quando Cristo voltar. Só que nesse dia não haverá mais dívida a ser paga ou pobre em canto algum.

    Sobre o seu anarquismo, os governos são necessários na presente fase do plano divino. Recomendo que você leia Romanos 13, 1 Pedro e um outro blog que tem um texto sobre governos muito bom: http://tempora-mores.blogspot.com. Você é jovem e precisa ler muita coisa. Tenho a esperança de que boas leituras o ajudem a rever seu ponto de vista e perceber que o socialismo não é o caminho para a libertação da sociedade.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  3. Sobre anarquia, pode ficar tranquilo, é apenas teórico, não é o que penso para este mundo, não sou militante anarquista, rs... apenas creio que um dia o homem não mais oprimirá o homem! Mano Helder creio que seu problema com o socialismo seja a opressão autoritária,totalitarismo mas te digo que até Fidel e Raul estão saindo desta aos poucos. A esquerda brasileira não anseia por estas coisas... provaram disto na ditadura mais que ninguém. Não consigo entender pq a escolha de um homem sincero por políticas como a do DEM, talvez eu esteja sendo ignorante, mas para mim quem concorda concorda com essas políticas ou é gente gananciosa ou gente perdida que não sabe onde está s metendo... O Srº é um homem de bem, o que há de bom na política neoliberal? Se há de bom é para quem está em cima, não faz parte do sistema "liberdade, igualdade e fraternidade". Não fazendo parte, por isso não consigo entender a cabeça dos tios aqui no RJ e no mundo... acham justo muitos trabalharem para uns terem 50 jetskis, milhares de casas, para 53% de terras do Brasil ser latifundiárias e outros inúmeros dados... já no caso de países capitalistas como suíça, suécia, noruega... sim é melhor dentro dos próprios países, parecem de outro mundo a moralidade, ética, justiça...seria bom se fossemos assim, mas eles exploram economicamente outros países com sua doutrina de choque... para alguém ter muito, alguém ter que ter menos...abraços, prazer em conhec~e-los, admiro este blog reformado/reformador !

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  4. Caros,
    Pois é, eu sinceramente não sei como colocar num mesmo saco cristianismo, comunismo, anarquia, capitalismo e Estado... Comento algo no RVJ. E é só.
    Abraço,
    Roberto

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  5. Preso,

    Ao contrário do que você pensa meu problema com o socialismo não é só o totalitarismo. Sou contrário ao centro do socialismo: a ideia de igualdade material, de que todos deveriam ter as mesmas coisas. Acho que a distribuição de bens deve ser por mérito: o mais capaz, o mais inteligente, o mais hábil deve receber mais, o menos capaz, o menos empenhado, o mais preguiçoso, este deve receber menos. O próprio Deus é assim, basta você ver a parábola dos talentos, onde Deus dá um, dois ou cinco talentos como Lhe apraz. A ideia de galardão, de que alguns terão mais honra no céu do que outros (veja os 24 anciãos, por exemplo), a hierarquia angelical, tudo mostra que o socialismo é apenas uma variante da tentação da serpente: "seja igual a Deus".

    Não considero a riqueza um pecado e, sinceramente, não vejo problemas no acúmulo justo de bens. José comprou todo o Egito para Faraó de modo justo, e a compra é um símbolo do que Jesus faz para o Pai. Em algumas parábolas, o rico é um símbolo de Deus.

    Acho o chamado neoliberalismo econômico algo excelente! O Estado deve regular e interferir apenas o necessário, o mínimo possível. No resto, que cada um lute para ter quanto deseja. Isso produz uma economia mais justa, reduz desigualdades sociais e melhora o país.

    Veja, por exemplo, que a China melhorou na medida em que abandonou a ideia de igualdade material e se tornou uma ditadura capitalista. O mesmo se diz dos países asiáticos. Já Cuba, Venezuela e outros seduzidos pelo socialismo, vão de mal a pior.

    Ser conservador de direita, ao contrário do que você erroneamente pensa, não é ser amigo de larápios. O atraso político do Brasil é que gosta da esquerda e está lá, com o Lula. Você duvida, mas a História mostra: o ideário conservador produz países mais fortes e saudáveis. Por isso, este reformado aqui não tem vergonha de dizer que o partido que está mais próximo de me representar é o DEM, mas que gostaria de algo ainda mais à direita e mais conservador.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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